Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de março de 2021
O presidente Jair Bolsonaro, que no passado afirmou que não tomaria imunizantes contra o coronavírus, agora admite a possibilidade de se vacinar “lá na frente”. Embora ainda não se saiba quanto tempo duram os anticorpos no organismo após a contaminação pela doença, Bolsonaro afirmou que está “imunizado” por já ter sido infectado em julho de 2020. Como de praxe, o presidente não usava máscara de proteção durante a conversa com apoiadores, que ocorreu em frente ao Palácio da Alvorada.
“No meu caso, o pessoal fica perturbando ‘tome a vacina’. O que é vacina? Não é um vírus morto? Eu já tive o vírus vivo. Então estou imunizado. Deixa outro tomar a vacina no meu lugar. Lá na frente, depois de todo mundo, se eu resolver tomar, porque no que depender de mim é voluntário, não pode obrigar ninguém a tomar vacina, eu tomarei”, disse.
Bolsonaro também voltou a minimizar os efeitos da pandemia da Covid-19 no país, que tem registrado números recordes de casos e mortes nos últimos dias, e afirmou que é preciso “enfrentar a situação”. Segundo ele, “não tem como fugir” do vírus:
“A gente lamenta as mortes, mas você tem que enfrentar o problema. Repito, lamento as mortes, mas tem que enfrentar o problema. Não tem como fugir dele, o vírus está aí.”
O presidente repetiu o discurso contra as medidas de isolamento social que têm sido adotadas nos estados para tentar conter a propagação do novo coronavírus e a superlotação nos hospitais.
“Hoje em dia com essa historinha de ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’. E aí, alguns governadores mandando os policiais reprimirem usando, em alguns estados, com violência, o cara não tem como ganhar a vida dele. Vai ganhar como? Como é que vai levar o pão para casa? Imagine um cara casado… É comum o pobre ter três, quatro filhos, é comum. Eu sou classe média e tive cinco”, declarou.
Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que “talvez por infelicidade” Bolsonaro não tenha deixado claro em suas falas o “problema” da saúde e da vacinação em massa contra a Covid-19.