Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2020
O presidente Jair Bolsonaro voltou a demonstrar preocupação, nesta quarta-feira (3), com os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus no País e disse que “parece que não tem noção quando vai acabar isso daí”. “O pobre está virando miserável e a classe média, pobre”. Ele afirmou, no entanto, que “não pode resolver tudo” e indicou que os apoiadores devem cobrar prefeitos e governadores.
Na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã, o presidente ficou incomodado ao ouvir, de um apoiador, que a mãe dele morreu de Covid-19, no dia 16 de maio.
Diante da informação, Bolsonaro pediu que o homem falasse o que queria “o mais rápido possível”. Ele não prestou solidariedade por esse ou pelos mais de 30 mil óbitos decorrentes do coronavírus.
O homem disse que poderia ter uma solução para o novo coronavírus e reclamou do fato de, ao sentir falta de ar, a mãe dele ter ido a um hospital para fazer o teste da Covid-19 mesmo tendo características do grupo de risco. “Esqueceram que ela tinha problema no pulmão, esqueceram de tudo”, disse o apoiador.
Bolsonaro, então, afirmou que agora “qualquer negócio é Covid”. “Isso está acontecendo geral, então, qualquer negócio é Covid”, respondeu o presidente. “Mas, se não levarem para a emergência resolve tudo, se mudar o protocolo…”, continuou o homem, que foi interrompido.
Em seguida, o presidente recomendou que os apoiadores também cobrem de prefeitos e governadores. “Pelo amor de Deus, tem governador, tem prefeito, vocês botaram esses caras também, pô”, disse.
Governador do Rio
Bolsonaro insinuou, em conversa com apoiadores nesta quarta-feira, que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), pode ser preso em breve dentro das investigações sobre fraude na compra de equipamentos de saúde no Estado.
“Eu não vou conversar com o Witzel. Até porque sabe brevemente onde ele deve estar, né?”, disse Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada, ao ouvir de um apoiador, que se apresentou como sargento reformado da Polícia Militar do Rio, reclamações sobre uma taxa que estaria sendo aplicada pelo governo do Estado sobre a aposentadoria por invalidez.
Witzel, que hoje é um dos principais rivais políticos de Bolsonaro, foi alvo, junto com sua mulher, de uma operação da Polícia Federal no dia 26 de maio. A PF e a Procuradoria-Geral da República investigam superfaturamento na compra de materiais e equipamentos de saúde para combate à epidemia de coronavírus.
O governador nega as acusações e acusa Bolsonaro de estar por trás da operação contra ele, afirmando ser alvo de uma perseguição política. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da agência de notícias Reuters.