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Saúde Brasil irá produzir córnea humana reconstruída para substituir testes de cosméticos em animais

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Modelo é utilizado para avaliar a segurança e eficácia de produtos que podem causar irritação ocular. (Foto: Divulgação)

Produtos para uso humano, como medicamentos, cosméticos e dermocosméticos, devem passar por rigorosos testes que garantem sua segurança. Ou seja, para atestar que os ingredientes ali presentes não são tóxicos nem causam efeitos indesejáveis, como alergia na pele ou irritação nos olhos. A questão é que, na maioria das vezes, esses testes iniciais são feitos em animais.

Felizmente, já existem alternativas melhores e mais eficazes para se fazer isso. Uma delas começou a ser produzida e poderá ser utilizada no Brasil. A inovação foi trazida ao país pela EPISKIN, empresa líder mundial em engenharia tecidual para métodos alternativos aos testes em animais e parte do do Grupo L’Oréal. A empresa produz desde 2019 no país a pele humana reconstruída. Chamada SkinEthic RHE, o produto é usado como ferramenta para descobertas biomédicas e avaliação de segurança e eficácia em laboratório de produtos e ingredientes que podem causar irritação na pele.

A novidade lançada na última sexta-feira (20) é a córnea humana reconstruída. Chamada SkinEthic HCE, também passará a ser usada para substituir os animais em testes de segurança e eficácia de diferentes produtos e ingredientes que podem causar irritação ocular. No Brasil, uma resolução do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), que exige o uso do modelo de Córnea Humana Reconstruída (HCE) para testes de irritação ocular em diversos tipos de produtos, como cosméticos, brinquedos, material escolar, produtos farmacêuticos, dispositivos médicos, agroquímicos, entre outros.

O modelo é reconstruído a partir de células epiteliais da córnea, que crescem em camadas e formam o tecido.

“O processo de formação da córnea demora oito dias. O resultado final é um tecido fino e sensível. Como se fosse o olho mesmo. Ela tem as mesmas características de absorção de fármacos, de resistência e irritação ocular de um olho humano”, explica Rodrigo De Vecchi, CEO da EPISKIN Brasil.

A irritação ocular é caracterizada por uma reação imediata, reversível ou não, que afeta a córnea ou a conjuntiva do olho. Esta reação pode levar a vermelhidão ou sensação de queimação. O modelo de epitélio de córnea humana reproduz fielmente as propriedades histológicas e morfológicas humanas, o que permite avaliar essa possível irritação ocular causada pelos produtos.

O modelo representa um grande avanço na avaliação de segurança pré-clínica de qualquer ingrediente que possa entrar em contato com os olhos. Tanto a córnea humana reconstruída como a pele são métodos validados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Isso equivale ao reconhecimento internacional e aceitação regulatória para todos os setores que podem usar esses testes.

“Tem vários motivos para usar o método alternativo. Além da questão ética, esse tecido é humano, então a resposta biológica é muito mais próxima da humana real do que a pele de um animal. Isso significa que grau de confiança no teste é muito maior”, ressalta Vecchi.

O modelo já é produzido há alguns anos na fábrica da Epskin na Europa, mas não estava disponível no país nem por importação devido ao pouco tempo de durabilidade. Vecchi explica que o produto tem um prazo de validade curto porque eles precisam estar vivos, ou seja, viáveis, para poder reagir nos testes. Então todos os produtos são produzidos sob encomenda e precisam ser usados na mesma semana.

A fábrica brasileira é a única nas Américas e abastece não só o mercado brasileiro, mas também de países vizinhos. Desde que a UE proibiu os testes em animais em 2013, métodos alternativos in vitro foram desenvolvidos para prever esses possíveis efeitos colaterais.

Essa tecnologia está em desenvolvimento há décadas e só evoluiu graças a pesquisas em células troco, biologia celular e bioengenharia de tecidos. Embora apenas dois modelos estejam presentes no Brasil, EPISKIN possui oito modelos de epitélios que reproduzem não apenas a pele e a córnea, mas também outras partes do corpo humano, como mucosas.

A fábrica brasileira foi inaugurada em 2019, com a produção do modelo de pele humana reconstruída, SkinEthic RHE, usado como ferramenta para descobertas biomédicas e avaliação de segurança e eficácia in vitro de produtos e ingredientes que podem causar irritação na pele.

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