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Mundo Brasileiros contam como a restrição de entrada na Europa parou as suas vidas

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(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Por motivos familiares ou amorosos, eles se prepararam durante meses para ir à Europa, mas estão impedidos pelas restrições sanitárias devido à crise do coronavírus. Conversamos com alguns cidadãos que foram obrigados a colocar a vida em pausa até que as autoridades europeias revisem as regras em relação ao Brasil.

“A gente está tentando digerir essa sensação de indefinição, frustração e preocupação sobre como será feita a remarcação das nossas passagens.” A calma por trás da voz da dentista catarinense Karinne Feuser esconde a exaustão e demonstra a resiliência adquirida ao longo dos meses de espera por uma resposta sobre sua situação.

Com o marido e o filho pequeno, eles se organizaram durante meses para se mudarem para a França, em um período sabático que poderia se tornar definitivo conforme as possibilidades que encontrassem. Karinne tem passaporte de Luxemburgo, o que dá direito à residência em um país da União Europeia a ela e à família. A preparação para a viagem foi grande: o casal deixou os empregos e estava com as malas prontas para o embarque em março.

As passagens foram compradas em 2019, sem saber que a data escolhida corresponderia à primeira semana após o início do confinamento na França.

Agora, a dentista vive uma espécie de limbo na qual estão muitos brasileiros e brasileiras que programaram viagens à Europa, mas estão impedidos de entrar no bloco devido à crise do coronavírus. Karinne contatou as autoridades de Luxemburgo em Lisboa – onde seu voo faria uma escala – e em Paris, onde pretendia fixar residência. Como resposta, recebeu informações divergentes e pouco esclarecedoras, preferindo adiar os planos por precaução.

Com passagens remarcadas para 31 de julho, a catarinense segue confinada com a família no Brasil sem nenhuma certeza de quando conseguirá embarcar. “Estamos vivendo há praticamente quatro meses de espera. É uma eterna espera e muita insegurança”, desabafa.

“Pelo que a gente entendeu, a cada 15 dias, será revisada a lista de países que terão acesso à Europa. Claro que a gente fica na expectativa de que o Brasil entre nesta lista, mas a verdade é que está difícil de acreditar porque o Brasil está completamente caótico. A situação aqui é insuportavelmente mal administrada. Nunca existiu um verdadeiro isolamento social e, sem isso, não podemos ter esperanças de que os índices epidemiológicos da doença melhorem”, afirma.

Nascimento do primeiro neto

A mesma situação é constatada pela assistente social paulistana Selma Manzini. “Falta firmeza e clareza das autoridades no Brasil no sentido de ação contra o coronavírus. Esse último fim de semana foi desesperador. Aqui em São Paulo, as pessoas estão levando as crianças para passear nos supermercados. As calçadas dos bares da Vila Madalena estavam lotados de gente tomando cerveja. As pessoas estão sem máscara na rua porque elas não estão preocupadas com a segurança delas, nem com os outros”, relata.

Diante deste cenário, Selma perdeu as esperanças de poder viajar à Paris para acompanhar o nascimento do primeiro neto. A filha, Mariana, brasileira em processo de naturalização francesa, está grávida de sete meses.

Diante de todas as incertezas, a assistente social também acha que não teria autorização para embarcar devido ao trabalho que realiza em São Paulo, onde tem contato direto com pessoas. A principal preocupação agora é como a filha e o genro – cujos pais também moram longe de Paris – que deverão gerenciar sozinhos a chegada do bebê.

“Essa semana estou melhor, mas há duas semanas me bateu um desespero, chorei enlouquecidamente. A grande agonia é que você não sabe quando tudo isso vai se estabilizar. Minha filha também teve uma crise de ansiedade porque está só ela e o marido, os dois trancados em casa, e ela quer a mãe perto. Esse vai ser meu primeiro neto, queria estar perto da minha filha nesse momento”, relata.

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https://www.osul.com.br/brasileiros-contam-como-a-restricao-de-entrada-na-europa-parou-as-suas-vidas/ Brasileiros contam como a restrição de entrada na Europa parou as suas vidas 2020-07-11
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