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Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2020
O atual prefeito Bruno Covas (PSDB) foi eleito para o segundo mandato em São Paulo. Com todas as urnas apuradas, ele o candidato tucano fez 59,38% dos votos (3.169.121 votos), enquando o seu oponente Guilherme Boulos (PSOL), fez 40,62% (2.168.109 votos). Ele toma posse em 1º de janeiro de 2021, e terá como vice o vereador Ricardo Nunes (MDB).
“Vamos trabalhar juntos pela prefeitura de São Paulo. A cidade é para todos, esse foi o nosso lema de campanha e esse será nosso jeito de governar”, disse Covas no discurso de vitória. “O momento exige união, diálogo, é hora de trabalharmos juntos a favor da cidade de São Paulo para combater a dsigualdade, o coronavírus, e investir em saúde e educação.Também temos que fazer a busca de emprego um mantra na nossa gestão, em especial para o jovem da periferia, que sofre com a economia”, completou.
A vitória ocorreu em meio a maior abstenção da história da cidade de São Paulo: mais de 30% dos eleitores (2,247 milhões) não compareceram às urnas. O tucano foi reeleito com amplo leque de alianças políticas, formando coligação que engloba onze partidos (PSDB, MDB, PP, Podemos, PSC, PL, Cidadania, DEM, PTC, PV e PROS). O acordo garantiu o maior tempo de propaganda de TV no primeiro turno, mas não elegeu vereadores suficientes para formar maioria na Câmara Municipal (foram 25 das 55 cadeiras).
Trajetória
Quando a pandemia chegou, Bruno Covas já era reconhecido nas ruas como prefeito da capital. Tinha ganhado fama de corajoso e conquistado a empatia de parte da população. No início de outubro, com a campanha no ar, pôde reforçar que sua gestão tinha aberto e fechado dois hospitais de campanha e retomado obras paralisadas até maio na área da saúde.
Começou em segundo lugar nas pesquisas – o recall de Celso Russomanno (Republicanos), mais uma vez, o colocava à frente –, mas foi subindo gradativamente e marcou 32% dos votos válidos no primeiro turno – 12 pontos à frente de Boulos.
Sempre calmo em debates e entrevistas, Covas chegou ao dia 15 de novembro com a lição de casa toda feita. Considerado um bom articulador político, conseguiu o apoio de outros nove partidos, além do PSDB, da forma mais tradicional que se conhece na política: fazendo composições e concedendo agrados aos aliados. Em seu atual governo, ao menos oito desses partidos têm ou já tiveram cargos no alto escalão.
O indicado para a chapa por uma dessas siglas coligadas, no entanto, virou o calcanhar de aquiles de Covas na reta final: Ricardo Nunes, o vereador do MDB indicado (e eleito) vice-prefeito da cidade.
Conhecido na zona sul por indicar entidades para formarem convênios com a Secretaria Municipal da Educação na oferta de vagas em creche, Nunes tem ex-assessores como gestores de algumas dessas unidades, recebendo mais de R$ 1,4 milhão em aluguéis por ano da Prefeitura. Fato que, como Nunes reforça, não o rendeu nenhuma denúncia, mas deu munição até o fim à campanha de Boulos.
Pressionado, Covas passou a esconder ainda mais o vice e teve de reconhecer que o vereador não foi sua primeira escolha. Por mais de uma vez, admitiu que a chapa ideal, em sua avaliação, incluía uma mulher. A definição do nome de Nunes, no entanto, fugiu de suas mãos. Foi articulada por Doria, o MDB, claro, e o vereador Milton Leite (DEM), chamado por parte de seus colegas na Câmara de “primeiro-ministro”, tamanha sua influência no Edifício Matarazzo. Nunes é próximo a ele.
Mesmo mais apertada do que se esperava, a vitória de Bruno serve para dar um certo respaldo à renúncia de Doria em 2018 para disputar e vencer o governo do Estado – exatamente como ocorreu com Gilberto Kassab (PSD) em 2008 após chegar ao cargo de prefeito a partir da renúncia do também tucano José Serra. A diferença é que, desta vez, o comando da cidade permanece com o mesmo partido.