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Colunistas Cambalacho geral

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(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Na pesquisa recente do DataFolha o presidente Jair Bolsonaro deu um salto. Cresceu o conceito de ótimo/bom do seu governo, de 32% para 37%, e despencou o percentual dos que acham ruim/péssimo, de 44% para 34%.

A melhoria de imagem se configura em momento crítico da pandemia, quando chegamos ao número sinistro das l00 mil mortes, e todos os dias as estatísticas registram mais mil óbitos. Para uma parte ponderável dos brasileiros, a pandemia é uma coisa e o governo Bolsonaro é outra.

A onda de popularidade de Bolsonaro tem origem na concessão do auxílio emergencial para desempregados e trabalhadores informais. A estas alturas, a proposta inicial do governo de um auxílio de R$ 200 reais, aumentado para R$ 600 quase pela imposição do Congresso Nacional, é mero detalhe. Para todos os efeitos foi por obra e graça do presidente.

Bolsonaro se populariza, portanto, com a mesma e infalível receita que tornou Lula “o maior líder popular brasileiro de todos os tempos”, segundo seus seguidores: a distribuição de benesses. Depois, é correr para o abraço agradecido das massas.

De outro lado, Bolsonaro bateu firme nos governadores e prefeitos, atribuindo a eles a paralisação das atividades econômicas. Assim, cada cidadão que teve de parar de trabalhar e de ganhar o sustento, cada empresário que teve de fechar o negócio, cada desempregado da hora inculpou os governantes menores pela sua desgraça. Bolsonaro foi quem falou por eles.

Mais: Bolsonaro calou a boca, deixou de criar crises com suas provocações baratas, seus ditos ofensivos e sem causa. Não é que ele tenha começado a governar, apenas diminuiu a sensação de que governo era só um palanque de xingamentos.

Mais uma vez o personagem – raso, inculto, mal educado, autoritário –, entretanto, por intuição ou sorte, acertou na mosca, do mesmo modo que o havia feito quando de sua eleição. Ele viu o que outros não foram capazes de ver. E mais uma vez – ao menos até aqui – deu certo.

E, no entanto, Bolsonaro não entregou nada do que prometeu. A ideia de ter no governo o ex-juiz Sérgio Moro, como um selo de garantia contra a corrupção, redundou em fracasso. Hoje, o bolsonarismo é, na questão, aliado de todas as forças (inclusive da oposição como o PSDB e o PT) que se opõem à Lava Jato e a novos mecanismos de enfrentamento da corrupção.

A reforma do Estado foi para as calendas, com a debandada de auxiliares importantes do ministro Paulo Guedes. O ministro da Fazenda conversa muito mas faz pouco – tem uma vaga ideia de como funciona o setor público. Quer levar todo mundo no bico, quando precisaria de operadores eficazes no Congresso e fora dele, com muita paciência e capacidade de persuasão.

A eterna promessa de todas as oposições – lembram Lula? –, de mudar as práticas políticas, de se relacionar com o Congresso de forma republicana, até que durou. Mas Bolsonaro, com a prisão do seu amigão do peito Fabrício Queiroz, que sabe de muita coisa, e para evitar o risco de impeachment, entrou com tudo no cambalacho geral. Quem manda no Congresso agora é o Centrão cheio de manhas, exigente, clientelista e insaciável.

titoguarniere@hotmail.com

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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