Rio Grande do Sul Campanha no Rio Grande do Sul alerta para os riscos ambientais da colheita antecipada do pinhão

Iniciativa reforçada pelo Daer tem como foco a região da Rota do Sol. (Foto: Divulgação/Daer)

Pelo segundo ano consecutivo, a Secretaria Estadual de Logística e Transportes (Selt) realiza uma campanha de esclarecimento sobre os danos causados pela colheita antecipada do pinhão na região da Rota do Sol. “Evite colher, comprar ou consumir antes de abril”, ressalta a iniciativa, com foco ambiental na preservação da semente da araucária no trecho entre as rodovias RSC-453 (Tainhas) e ERS-486 (Terra de Areia).

Esse cuidado é também uma das condições necessárias aos licenciamentos ambientais na região pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O pinhão serve como fonte de alimento para cerca de 70 espécies, incluindo aves e mamíferos. Por isso é preciso respeitar a época de colheita, a fim de que a fauna tenha tempo de se beneficiar desse recurso natural.

Conforme o biólogo Luiz Carlos Leite, da Superintendência de Meio Ambiente (SMA) do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer, vinculado à Selt), essa é uma das razões pelos quais a atividade foi inserida no Programa de Comunicação Social da Rota do Sol, desenvolvido pela SMA em conjunto com a Assessoria de Comunicação Social (ACS) do órgão.

A araucária está ameaçada de extinção. Para conservá-la, é necessário consumir o pinhão no período correto, caracterizado pela queda das pinhas no chão. Desse modo, os animais que utilizam o pinhão como alimento, ajudam a dispersar as sementes, que poderão dar origem a novas araucárias.

“Também sabemos que o pinhão verde é impróprio ao consumo e não tem um gosto bom”, reforça o biólogo. “Há indicativos de que o consumo do pinhão verde pode ser indigesto, com algum dano para a saúde. Além disso, a conservação do pinhão colhido antes do tempo fica prejudicada, possibilitando o aparecimento de mofo, que pode ser prejudicial à saúde.”

Para divulgar informações como essa, os banners são expostos em paradouros e estabelecimentos localizados na rodovia, incluindo postos de gasolina, restaurantes e tendas de artesanato, além de escolas e outros espaços públicos.

Também serão realizadas postagens nas redes sociais do Daer, com cards destacando os motivos para evitar o consumo da semente do pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) antes do período determinado pela Lei Estadual nº 15.915, de 22/12/22. Entre os temas dos posts, está a preservação da espécie, a garantia de alimentação para alguns animais e a saúde dos consumidores.

Rota do Sol

A Rota do Sol (RSC-453 e ERS-486) possui 53,5 quilômetros de extensão, com início na região do Planalto junto à ponte sobre o arroio Tainhas (RSC-453) e final no “Viaduto de Transposição” da ERS-486 com a rodovia federal BR-101.

O trecho entre Tainhas e a BRS-101, em Terra de Areia, atravessa uma região ambientalmente sensível e que é composta por três unidades de conservação ambiental: Estação Ecológica Estadual Aratinga, Área de Proteção Ambiental Rota do Sol e Reserva Biológica Estadual Mata Paludosa.

(Marcello Campos)

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