Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2015
Celebridades como Beyoncé, Jennifer Lopez, Natalie Portman e Natasha Poly desfilaram nos tapetes vermelhos de Cannes (França) e Nova York (EUA), com (quase) tudo à mostra. Diante dos fotógrafos, elas exibiram cheias de si corpaços em forma, apropriando-se sem qualquer senão do poder de sedução da moda, com muitas pernas, colos e barrigas de fora. “Gente, o que houve? Está faltando tecido?”, brinca o estilista Carlos Tufvesson.
O exibicionismo tem seu lugar no tapete vermelho. Basta espiar Rita Ora com seu vestido branco Fausto Puglisi. Aparecer é preciso. As celebrities com suas superfendas, decotes e transparências roubaram assim a cena. “Bombaram” na cobertura on-line e nas redes sociais. No entanto, mais que ferramenta de marketing, a onda sexy dos red carpets reafirma uma tendência das passarelas, que se mostra eficaz nas vendas e se contrapõe aos looks genderless e andróginos que andaram dominando as semanas de moda europeias nas últimas temporadas.
Sensualidade repaginada.
Capitaneada por designers como Anthony Vaccarello, Olivier Rousteing (Balmain) e David Koma (Mugler), a sensualidade surge repaginada com superfendas, decotes geométricos vertiginosos, recortes diagonais e excesso de transparência. Os elementos são modernizados e valorizam ainda mais o corpo com a técnica da alfaiataria e o uso de uma modelagem perfeita, que corrige e renova as proporções.
“Admiro o que nomes como Anthony Vaccarello estão fazendo, uma alfaiataria muito sexy”, diz Costanza Pascolato, que tratou do tema em sua coluna na revista Vogue. “E, no Brasil, o sexy é uma das nossas maiores características. A mulher quer seduzir e provocar o sexo oposto. Há uma afirmação do status ao exibir o corpo.” Por aqui, a Animale, assinada pelo estilista Vitorino Campos, apresentou looks monocromáticos com fendas, decotes sinuosos e recortes na cintura. Entusiasta da atitude, Claudia Jatahy, vice-presidente de estilo da grife, aposta na alfaiataria como contraponto à sensualidade óbvia para alcançar o equilíbrio. “Acredito que toda mulher, não apenas a brasileira, tem o desejo de se sentir sexy. No Brasil, durante muito tempo, o estilo sensual teve uma carga de preconceito, a coisa da periguete. Mas acho que a moda começa a se apropriar disso com mais segurança, e o próprio consumidor está mais confiante de se mostrar sensual com elegância.”
O novo sexy agrada ao público e ganha repercussão nas redes sociais. Não à toa, Donatella Versace é nome certo nas festas e red carpets internacionais, com sua coleção couture Spring 2015, que apresentou uma fartura de fendas e decotes, que por ora chegam a impedir o uso de lingerie.
Em Cannes, o body preto com saia off white Atelier Versace usado por Natasha Poly foi um dos looks mais comentados (e fotografados). (AG)