Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de fevereiro de 2024
A Justiça da China condenou à morte o antigo presidente do banco chinês China Merchants Bank, Tian Huiyu, por corrupção. Ele é acusado de receber subornos. A informação é da emissora de TV estatal CCTV. A condenação faz parte de uma grande campanha anticorrupção do Presidente Xi Jinping contra o setor financeiro.
Porém, segundo seus opositores, a campanha tem como alvo possíveis adversários políticos do presidente chinês. Desde que chegou ao poder em 2012, Xi Jinping concentra esforços para punir funcionários e dirigentes de empresas públicas envolvidos em corrupção.
Em Abril de 2022, o ex-presidente do banco foi alvo de uma investigação pública, na qual agentes descobriram as irregularidades.
Além de aceitar subornos, pesam sobre Tian Huiyu acusações de abuso de poder em empresa pública, e ainda, negociar com base em informações confidenciais. A sentença inclui, por fim, acusações de abuso de informações privilegiadas e vazamento de informações confidenciais. As investigações revelaram que outros funcionários participavam do esquema chefiado por Tian.
Contudo, as sentenças de morte deste tipo são geralmente transformadas em prisão perpétua após dois anos de detenção.
Campanha contra a corrupção – Logo no início de 2024, o presidente chinês pediu mais esforços para reprimir a corrupção no país. O foco, inicialmente, é a iniciativa privada. Xi Jinping prometeu intensificar as punições para os transgressores.
Em discurso na terceira sessão plenária da Comissão Central de Inspeção Disciplinar da Agência Anticorrupção do Partido Comunista, Xi anunciou outra campanha anticorrupção para uma situação que chamou de “grave e complexa”. Ele ressaltou, por fim, os “resultados obtidos nos últimos 10 anos da nova era na China”.
Escritor sob pena de morte
O escritor australiano pró-democracia Yang Hengjun recebeu uma condenação a “pena de morte suspensa” por um tribunal de Pequim nessa segunda-feira (5), no que os defensores dos direitos humanos consideram ser um veredicto excessivamente duro num caso relacionado com espionagem.
“Tem sido usada mais comumente nos últimos anos como uma forma de reduzir a prevalência de execuções sem abolir totalmente a pena de morte”, disse Ryan Mitchell, professor de direito na Universidade de Hong Kong, acrescentando que a prevalência exata das sentenças de morte, incluindo suspensões, é tratada pela China como segredo de Estado.
“A sentença é usada para uma ampla gama de casos e não está associada a um tipo específico de crime”, disse Mitchell. Ele disse que é frequentemente usado para crimes considerados como tendo “sério impacto social negativo”, como o tráfico de drogas.
Em dezembro, um antigo vice-presidente do regulador bancário da China foi condenado à morte com uma prorrogação de dois anos por aceitar subornos e abuso de poder. A mesma sentença também foi proferida ao ex-ministro da Justiça Fu Zhenghua em 2022 por aceitar subornos.
Quer seja executada ou não, a sentença equivale efetivamente a uma pena de morte devido aos problemas de saúde de Yang e aos cuidados médicos inadequados que recebeu na prisão, disse Elaine Pearson, diretora da Divisão Ásia da Human Rights Watch.