Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 26 de dezembro de 2020
Pessoas que vivem em famílias onde alguém pegou Covid-19 também podem receber o medicamento para garantir que também não sejam infectadas
Foto: ReproduçãoCientistas do Reino Unido testam um medicamento que pode prevenir pacientes expostos ao coronavírus Sars-Cov-2 de desenvolver a doença covid-19. O estudo, já na fase 3 de ensaios em humanos, avalia a eficácia do tratamento baseado na chamada terapia de anticorpos.
Nesse tipo de tratamento, o medicamento entrega anticorpos prontos para combater o vírus imediatamente, sem a necessidade de ensinar o sistema imunológico como produzi-los – que é o que faz, por exemplo, uma vacina.
Os anticorpos são proteínas que o corpo produz quando ocorre uma infecção. Elas se ligam a um vírus e ajudam o organismo a eliminá-lo.
Pesquisadores da University College London Hospitals (UCLH) e da AstraZeneca estimam que o tratamento possa impedir que os pacientes tenham complicações da doença por 12 meses desde que tomem o medicamento até, no máximo, oito dias após a exposição ao vírus.
“A vantagem desse medicamento é que te dá anticorpos imediatamente. As vacinas atuais não conferem imunidade antes de um mês”, disse a virologista da UCLH Catherine Houlihan, em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”.
A farmacêutica pediu à agência regulatória dos Estados Unidos (FDA da sigla em inglês) para que os testes sejam ampliados também para o país norte-americano – onde há transmissão ativa da covid-19.
A estimativa é que, com a aprovação dos testes, o tratamento esteja disponível entre março e abril para pacientes do grupo de risco.
Outros estudos
O processo avaliado pelos cientistas britânicos é reproduzido também em outros laboratórios internacionais e tem se mostrado eficaz em estudos pré-clínicos, ou seja, em testes de laboratório e em animais.
A médica Janet Woodcock, da FDA, disse que os medicamentos com anticorpos são “muito promissores”, em entrevista à agência Associated Press.
A farmacêutica Eli Lilly já começou a fabricar seu medicamento com anticorpos, apostando que os estudos em andamento darão resultados positivos. Outra empresa, a Regeneron Pharmaceuticals Inc., – conhecida por fazer um coquetel de anticorpos contra o Ebola – testa um para o coronavírus.
A droga da Regeneron usa dois anticorpos para aumentar suas chances de funcionar, mesmo se o vírus evoluir e conseguir escapar da ação de um deles, enquanto que a Lilly testa dois medicamentos diferentes que usam um mesmo anticorpo.
O que poderia dar errado?