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Geral Cientistas descobrem que o coronavírus enlouquece o sistema imunológico de alguns pacientes

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São 3.278.918 casos recuperados. (Foto: Reprodução)

Os cientistas começam a desvendar um dos mais complexos mistérios biológicos da pandemia do coronavírus: por que algumas pessoas adoeceram gravemente, enquanto outras tiveram rápida recuperação?

Segundo uma série de estudos recentes, ao que tudo indica, o vírus enlouquece o sistema imunológico de alguns pacientes. Incapazes de ordenar às células e às moléculas certas que rechacem o invasor, os organismos dos infectados, ao contrário, lançam mão de todo um arsenal de armas numa barragem errada que pode provocar o caos em tecidos saudáveis, afirmam os especialistas.

“Estamos constatando que ocorrem coisas malucas nos vários estágios da infecção”, disse Akiko Iwasaki, imunologista da Universidade Yale, que chefiou um dos novos estudos. Os pesquisadores que estudam estas reações inusitadas estão encontrando padrões que distinguem pacientes no caminho da recuperação dos que se encontram em situação muito pior. Conclusões extraídas dos dados poderão ajudar a personalizar os tratamentos de acordo com cada indivíduo, facilitando os sintomas ou mesmo derrotando o vírus antes que ele tenha a chance de forçar demais o sistema imunológico.

“Muitos destes dados estão dizendo que precisamos agir rapidamente neste processo”, afirmou John Wherry, imunologista da Universidade da Pensilvânia que recentemente publicou um estudo sobre estas assinaturas imunitárias que funcionam como informantes. À medida que novas conclusões forem saindo, os pesquisadores poderão começar a testar a “possibilidade de mudar a trajetória da doença”, ele disse.

Quando uma infecção respiratória mais familiar, como o vírus da influenza, tenta se fixar no organismo, a resposta imunológica lança uma defesa em dois atos orquestrados. Primeiramente, uma cavalaria de velozes combatentes se precipita para o local da infecção e tenta cercar o invasor, aproveitando do restante do tempo do sistema imunológico para montar um ataque mais preciso.

Grande parte da resposta rápida depende de assinalar as moléculas chamadas citoquinas, que são produzidas em reação a um vírus. Como alarmes microscópicos, as citoquinas podem mobilizar reforços de outras partes do organismo, desencadeando uma série de inflamações.

Finalmente, estas células e moléculas que lideram a carga inicial recuarão, dando lugar aos anticorpos e às células T – assassinos especializados construídos para se implantarem no vírus e nas células que ele infectou.

Mas esta operação coordenada aparentemente invade algumas pessoas com uma forma grave de Covid-19.

Em vez de ceder graciosamente, as citoquinas que conduzem o primeiro surto nunca param de soar o alarme, mesmo depois que os anticorpos e as células T entram em cena. Isto significa que o incêndio provocado pela inflamação talvez nunca desapareça, mesmo quando não é mais necessário.

“É normal desenvolver uma inflamação durante uma infecção viral”, segundo Catherine Blish, imunologista especializada em vírus da Universidade Stanford. “O problema surge quando não é possível resolvê-lo”.

Este sinal constante pode resultar em parte da incapacidade do organismo de controlar o vírus, disse Iwasaki. Muitos pacientes que lutam para se recuperar da doença aparentemente continuam com o patógeno muito depois que outros o eliminaram, talvez incitando o sistema imunológico a prolongar seu frenético assédio inflamatório.

Inúmeros outros vírus, como os causadores da aids e do herpes, desenvolveram truques para enganar o sistema imunológico. Evidências recentes indicam que o novo coronavírus poderia ter como adiar ou amortecer a interferona, uma das primeiras defesas pela citoquina que o organismo monta.

O fracasso desta primeira linha de defesa pode enganar o sistema imunológico levando-o a tocar os sinos de alarme ainda mais alto, tornando a reação algo destrutiva. “É um enigma”, disse Avery August, imunologista da Cornell University. “Há esta reação imunológica enfurecida, mas o vírus continua se replicando”.

Por outro lado, a qualidade destas citoquinas pode ser tão importante quanto a quantidade. Em um trabalho publicado na semana passada na revista Nature Medicine, Iwasaki e seus colegas mostraram que os pacientes com formas graves de Covid-19 produzem sinais mais adequados para vencer patógenos que não são vírus.

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https://www.osul.com.br/cientistas-descobrem-que-o-coronavirus-enlouquece-o-sistema-imunologico-de-alguns-pacientes/ Cientistas descobrem que o coronavírus enlouquece o sistema imunológico de alguns pacientes 2020-08-07
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