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Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2015
Eles têm má reputação entre quem quer perder peso, mas tudo indica que, há milhares de anos, alimentos ricos em carboidratos – como os tubérculos – foram cruciais para que ficássemos mais inteligentes. Ao menos é esta a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha), University College of London (Inglaterra) e Universidade de Sydney (Austrália), que afirmam que o consumo de plantas ricas em amido foi fundamental para a evolução de nossa espécie.
A razão é simples: a glicose é um dos principais combustíveis do cérebro. E, segundo o estudo, o desenvolvimento de nossa capacidade de obter açúcares dos carboidratos – e, em particular, dos amidos – sustentou o acelerado crescimento do cérebro “que começou a notar-se a partir do [período] Pleistoceno Médio”.
“A capacidade de aproveitar raízes e tubérculos ricos em amido na dieta dos primeiros hominídeos é considerado um passo potencialmente crucial na diferenciação entre os primeiros Australopitecinos de outros hominídeos”, diz o estudo, publicado na mais recente edição do The Quarterly Review of Technology.
Em uma linguagem mais simples, isso quer dizer que uma dieta com alimentos ricos em carboidratos deu a nossos antepassados uma importante vantagem evolutiva (que algumas das dietas modernas ou em moda ignoram). Os humanos têm três vezes mais cópias do gene que cria as amilases salivares – enzimas que ajudam a transformar os carboidratos em açúcares – do que o resto dos primatas. E essa adaptação, dizem os pesquisadores, começou a ser produzida há aproximadamente um milhão de anos.
“Alimentos provenientes de plantas ricas em amido eram uma parte abundante, confiável e importante da dieta”, argumentam no estudo, intitulado A importância da dieta de carboidratos na evolução humana. Eles afirmam que esses carboidratos não só eram comuns como também foram definidores da evolução humana. E continuam sendo necessários.
“Os humanos modernos requerem uma fonte confiável de carboidratos glicêmicos para manter o funcionamento adequado de nosso cérebro, médula renal [parte do rim], glóbulos vermelhos e tecidos reprodutivos”, explicam.
O que não significa que reduzir o consumo de calorias não seja saudável. Mas certamente confirma que, antes de começar qualquer dieta, uma consulta com um médico é um passo necessário. (AG)