Sexta-feira, 20 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2016
Conforme a Nasa (agência espacial americana), observações do espaço, feitas pelo telescópio Hubble, sugerem que a expansão do Universo ocorre de forma mais rápida do que eles haviam deduzido. De acordo com o cientista Adam Riess, líder do estudo, a descoberta poderá ajudar a astronomia a compreender os enigmáticos elementos que compõem 95% do Cosmos, entre eles a energia escura, a matéria escura e outras propriedades.
A Nasa comenta a descoberta, ao ressaltar o fato de a redefinição da atual taxa de expansão do Universo, agora detectada com maior precisão, reduzir a margem de erro para apenas 2,4% (a agência não informou a margem de erro anterior). “A equipe elaborou técnicas inovadoras que melhoraram a precisão das medições”, afirma Riess, ao salientar que os resultados serão publicados na próxima edição da revista The Astrophysical Journal.
Além de procurar por galáxias, no intuito de calcular a expansão do espaço, astrônomos concentraram as atenções nas supernovas do tipo LA, considerada uma sub-categoria das estrelas variáveis cataclísmicas, resultado de uma violenta explosão de uma estrela anã branca, brilhante o suficiente para ser observada a longas distâncias. Segundo a agência, a pesquisa constatou a luminosidade de diversos tipos de estrelas em 19 galáxias diferentes, medindo com precisão o brilho e a distância das mesmas. Também mensurou as mesmas características em 300 supernovas do tipo LA, em galáxias diferentes.
“A equipe comparou essas distâncias com a expansão do espaço medida pelo alongamento de luz das galáxias se afastando. Eles usaram estes dois valores para calcular o quão rápido o Universo se expande, conhecido como constante de Hubble”, escreveu a Nasa.
Conflito de informações.
De acordo com pesquisadores envolvidos no projeto, as medições atuais divergem das feitas sobre a aceleração do Universo após o Big Bang. Dados da Esa (agência espacial europeia) e da Nasa destacam que a expansão inicial é de 5% a 9% inferior a constante de Hubble, e os cientistas não sabem precisar o motivo da anomalia. Contudo, Riess compara esse tipo de pesquisa à construção de uma ponte. “Você começa em duas extremidades, e espera encontrar no meio da ponte a distância correta até os dois pontos. Mas, agora, as extremidades não são iguais, e nós queremos saber o porquê”, conclui.