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Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2022
Carreira de sucesso internacional foi encerrada em show no Mineirão, no último dia 13
Foto: ReproduçãoOitenta anos de vida e 60 anos de uma carreira que ultrapassa as fronteiras de Minas e do Brasil. Milton Nascimento, o Bituca, carioca de nascimento e mineiro de coração, além de inúmeros prêmios e reconhecimento internacional sólido, acumula amigos e admiradores famosos. Ele se despediu dos palcos neste domingo (13), em show no Mineirão.
“Irmãos” há mais de 30 anos, como disse o próprio Milton em sua conta de Instagram, o cantor brasileiro e o norte-americano Paul Simon dividem música e admiração mútua.
O cineasta Spike Lee, outro americano de renome, fez questão de dar uma passadinha para prestigiar e rever o amigo em um show no The Town Hall, em Nova York, em outubro.
Mais um grande nome da longa lista de amigos de Bituca nos Estados Unidos, o empresário e produtor musical Quincy Jones mantém uma relação afetuosa com o brasileiro desde 1967.
Já a aclamada cantora islandesa Björk disse, em entrevista de 1998, quando veio para um show no Brasil, que ficou embriagada com amigos ouvindo músicas de Milton.
“Ela conheceu meu trabalho ouvindo Travessia na voz de Elis e, depois, gravou a música também cantando em português”, disse Milton em seu Instagram.
James Taylor, músico, e Wayne Shorter, saxofonista e compositor, também fazem parte das amizades famosas de Milton no cenário internacional.
Com a amiga Mercedes Sosa, o cantor apresentou uma versão primorosa da música San Vicente, em 1987, no palco do programa Chico&Caetano.
Mas não só de amizades internacionais vive Nascimento. Elis Regina foi uma das mais importantes amigas e parceiras de Milton. Amizade que merece um recorte à parte.
Bituca e Pimentinha
Milton se declarou inúmeras vezes, na imprensa e em outras aparições públicas, para este que é outro ícone da música popular brasileira – Elis Regina.
A gaúcha foi a primeira cantora famosa a gravar suas composições. Com ela, manteve uma intensa relação de amizade desde a década de 1960 até 1982, ano de morte de Elis. “Canção do Sal”, de 1966, foi a primeira destas gravações.
O cantor também já declarou ser fã da Elis desde o primeiro disco dela que ouviu. “Todas as músicas que eu fiz na vida foram para Elis Regina. Sinto muita falta desta amizade, que foi das coisas mais fortes que já me aconteceram”, disse, em 2021, em suas redes sociais, ao lembrar da data em que a cantora completaria 76 anos, 17 de março.
“Maria Maria” é outra canção de Milton gravada por Elis Regina. A música figurou no disco “Saudade do Brasil”, de 1980.
Impossível escolher o melhor intérprete, ambas as versões entraram para os anais da MPB e encantam não só os brasileiros, mas o mundo, até hoje.
‘Irmãos’ brasileiros
Junto com Milton, Beto Guedes, Márcio Borges, Fernando Brant e outros, Lô Borges foi um dos fundadores do Clube da Esquina, movimento vanguardista da música mineira, nos anos 60.
Com dois álbuns lançados pelo Clube e inúmeros sucessos, os amigos que se encontravam na famosa esquina entre as ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, mantém relação de afeto e proximidade até hoje.
Fernando Brant, outro companheiro inseparável do Clube da Esquina, compôs, com Milton, a emblemática “Travessia”, em 1967. Os dois atuaram em parceria e mantiveram uma forte amizade até a morte de Brant, em 2015.
Chico Buarque, Tom Jobin, Vinicius de Moraes e Miúcha, também estão nesta lista.