Quarta-feira, 15 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2016
A recessão econômica causou a redução da população ocupada no Brasil em um ano. De acordo com os dados divulgados na quinta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população ocupada, tanto em trabalhos formais quanto em atividades informais, recuou 2,4% de julho a setembro ante o mesmo período do ano passado, de 92 milhões de pessoas para os atuais 89,8 milhões.
Com isso, a parcela da população brasileira ocupada recuou ao mais baixo patamar em mais de quatro anos – desde o começo de 2012, início da atual pesquisa sobre o mercado trabalho do IBGE. A fatia é hoje de 54%. No mesmo período do ano, em 2013, antes de o Brasil mergulhar na atual recessão (iniciada no segundo trimestre de 2014), o número era de 57,1%.
O recuo é resultado da retração da atividade econômica. Segundo analistas, também indica que o mercado de trabalho alcançou um novo e preocupante estágio. Até o fim do ano passado, muitos dos que perderam empregos no setor formal (com carteira assinada) tentaram a sorte em atividades informais. Classificado pelo IBGE como trabalhadores por conta própria, esse contingente subiu 5,3% em 2015 e conteve a aceleração dos desempregados.
Neste ano, com o prolongamento da crise, o quadro é de destruição até de ocupações informais. O “conta própria” caiu 1,7% no trimestre ante o mesmo período de 2015. “Antes, um chefe de família que perdeu o emprego fazia com que o filho passasse a procurar emprego para repor a renda. E ele passou a vender coxinhas, por exemplo. Agora, nem coxinhas mais está conseguindo vender”, diz Cimar Azeredo, do IBGE. (Folhapress)