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Por Redação O Sul | 12 de maio de 2018
A coleção Rockefeller, com cerca de 1.500 obras reunidas por Peggy e David Rockefeller, foi leiloada nesta semana por 832,5 milhões de dólares (o equivalente a 3 bilhões de reais), anunciou a Casa Christie’s de Nova York, nos Estados Unidos.
O valor supera com folga os 484 milhões de dólares pagos pela coleção de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, apelidada de “venda do século” em 2009, e estabelece um novo recorde no mundo da arte.
O conjunto de quadros e objetos dos Rockefeller estava avaliado em mais de 600 milhões de dólares.
Só a tela “La fillette à la corbeille fleurie”, de Pablo Picasso, foi leiloada por 115 milhões de dólares (mais de 410 milhões de reais) na terça-feira (8).
No mesmo dia, “Nymphéas en fleurs” recebeu um lance de 84,6 milhões de dólares (mais de 300 milhões de reais) e se tornou o quadro mais caro de Claude Monet.
A tela pintada em Giverny entre 1914 e 1917 quebrou o recorde anterior, estabelecido por “Meule” em novembro de 2016 (81,4 milhões de dólares).
“Odalisque couchée aux magnolias” estabeleceu outro recorde, para Henri Matisse, ao ser vendida 80,7 milhões de dólares (quase 300 milhões de reais).
A tela de 1923 quase dobrou os 46,4 milhões de dólares do recorde anterior do pintor, que pertencia a “Les coucous tapis bleu et rose” (durante o leilão da coleção Saint Laurent e Bergé).
Banqueiro e filantropo
David Rockefeller, poderoso banqueiro e filantropo e último neto de John D. Rockefeller, fundador de uma das mais poderosas dinastias norte-americanas, morreu aos 101 anos no ano de 2017.
O famoso banqueiro presidiu durante anos o Chase Manhattan Bank e fundou em 1973 a Comissão Trilateral, considerada uma das organizações privadas mais influentes do mundo.
Como filantropo, David se destacou por seu apoio às artes e por financiar a criação do Rockefeller Center, o MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), a Universidade Rockefeller e a construção do World Trade Center, entre outros.
Da Vinci
Em novembro do ano passado, o quadro “Salvator Mundi”, do artista renascentista Leonardo da Vinci, foi leiloado por US$ 450,3 milhões, cerca de R$ 1,5 bilhão, e estabeleceu um novo recorde em leilões do mercado de arte. Bastaram apenas 19 minutos para que a pintura de cinco séculos alcançasse o valor, superando com folga o recorde anterior de US$ 179,4 milhões pago por “Les femmes d’Alger (Versión O)”, de Pablo Picasso, em 2015.
A tela representa o Jesus Cristo, o “salvador do mundo”, segurando uma esfera com a mão esquerda. A Christie’s acreditava que a obra alcançaria o valor de US$ 100 milhões, mas o valor da venda superou todas as expectativas. Quatro pessoas por telefone e um presente à sala de leilão disputaram o quadro. A identidade do comprador final não foi revelada.
Duas pinturas — um De Kooning e um Gauguin — que haviam sido negociadas de forma privada por quase US$ 300 milhões em 2015, eram consideradas as obras de arte mais caras até agora.
“Salvator Mundi” é a mais importante redescoberta artística deste século. Foi em 2011, quando após um processo de restauração e análise, os especialistas eliminaram muitos anos de dúvidas ao confirmar a autoria de Da Vinci.