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Política Com uma dívida de 18 bilhões de reais para pagar ainda este ano, a JBS/Friboi tem 10 bilhões em caixa e precisa correr contra o tempo para conseguir o restante

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Depois da delação de Joesley Batista, a JBS passou a prestar contas no Brasil e nos EUA. (Foto: Reprodução)

Com uma dívida de 18 bilhões de reais para pagar ainda este ano, a JBS tem 10 bilhões de reais em caixa e precisa correr contra o tempo para conseguir o restante. Depois da delação de Joesley Batista, que atingiu o presidente Michel Temer e esmigalhou os indicadores da empresa, a JBS passou a prestar contas no Brasil e nos EUA sobre as ilegalidades que seu dono confessou. Nesse ambiente, dificilmente conseguirá socorro de bancos.

Para analistas, o grupo, cuja dívida total chega a 58,4 bilhões de reais, deve encolher. Tanto que a J&F, holding que controla a JBS, começou a buscar bancos para vender Alpargatas, Eldorado e Vigor. No mercado financeiro, o ritmo das ações da companhia deve continuar com altos e baixos. Após queda de 31% depois que as delações vieram a público, os papéis chegaram a registrar momentos de alta, mas fecharam a semana com queda de 11,48%.

Desde que a delação dos irmãos Batista veio a público, os analistas de mercado financeiro se calaram. A justificativa é que os indicadores da JBS teriam “virado pó”. Não é apenas o futuro da empresa que é considerado incerto. Pelo que foi narrado pelos próprios controladores, o passado tornou-se nebuloso, dado que ainda não é possível definir se os esquemas de corrupção distorceram os resultados anteriores. Mas há um dado concreto para todos: a JBS tem um buraco de 8 bilhões de reais para cobrir neste ano.

Vencem, agora em 2017, 18 bilhões de reais em dívidas de curto prazo – quase um terço da dívida de 58,4 bilhões de reais do grupo, um montante considerado bastante elevado. A empresa tem a opção de usar o caixa, abastecido por 10 bilhões de reais, mas precisa correr contra o tempo para conseguir o restante. Mergulhada em seus próprios relatos de ilegalidades, prestando contas a órgãos reguladores no Brasil e nos Estados Unidos, negociando multas bilionárias e sofrendo pressão dos políticos que denunciou, dificilmente terá socorro de bancos, públicos ou privados, ou credibilidade para captar no mercado. Terá de recorrer a medidas emergenciais, afirmam analistas.

Estratégia

Ciente do tamanho da encrenca, antes mesmo de a delação vir a público, a JBS montou uma estratégia para se resguardar. Parou de comprar bois à vista. A mudança desagradou aos pecuaristas, mas o pagamento a prazo para a gigantesca estrutura de abate da JBS segura no caixa 1 bilhão de reais por mês, aliviando a necessidade de capital de giro. O próximo passo, projetam consultores do setor, é o grupo começar a encolher. “A expectativa é que a JBS venda ativos, abrindo mão, num primeiro momento, de negócios que não são ligados à carne”, diz José Carlos Hausknecht, sócio da MB Agro Consultoria.

Na semana passada, a J&F, holding que controla a JBS e outras empresas da família, começou a buscar bancos para vender a Alpargatas, do setor de calçados e têxteis; a Eldorado, fabricante de celulose; e a Vigor, empresa de lácteos. A Eldorado é considerada o negócio mais atraente e viável. “Os chineses, que têm dinheiro, não temem adquirir ativos com risco de esqueletos e estão com demanda crescente em seu próprio território, teriam enorme interesse em pagar um preço justo pela Eldorado”, diz uma fonte do setor financeiro.

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