Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2015
Na sentença contra os executivos da construtora Camargo Corrêa, o juiz federal responsável pela Operação Lava-Jato, Sérgio Moro, menciona planilhas apreendidas, mensagens recuperadas e laudos periciais para justificar as condenações, as primeiras contra empreiteiros investigados por envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras.
A maioria dessas provas materiais possibilitou sentenças por lavagem de dinheiro. Pelo menos cinco réus foram considerados culpados por esse tipo de crime. Já nas condenações por corrupção e associação criminosa, o que mais pesou foram as confissões dos acusados que optaram pela delação, além de deduções do juiz.
No caso de um conselheiro da Camargo Corrêa condenado por corrupção ativa e associação criminosa, o álibi apresentado pelo réu foi classificado pelo juiz como “inverossímil” e “corroborador de acusações dos delatores”. Moro também levou em conta o fato de o executivo não ter promovido apuração interna após o surgimento das primeiras notícias sobre o envolvimento da empreiteira no esquema de corrupção.
Para o vice-presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), Fernando Mendes, é normal diferentes delitos envolverem tipos diversos de prova. “Os crimes complexos costumam envolver operações mais dissimuladas, mas o conjunto probatório permite concluir ter havido crime.”
Polícia Federal
Com base nos e-mails entre executivos da Odebrecht, um relatório da PF (Polícia Federal), apontou tentativas da empreiteira em exercer influência política para obter contratos com a Petrobras. O próximo passo é aprofundar a investigação de citados nas conversas, como o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o ex-presidente da estatal, José Sergio Gabrielli.
Os peritos também chamaram a atenção para um suposto membro do alto escalão do governo federal. Ainda não identificado, ele aparece nos e-mails com o apelido de “italiano”. (AE)