Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A revisão e o suspense sobre o anúncio do déficit ampliado do governo federal chamaram a atenção da população, que acaba pagando a conta. A frustração de receitas se soma à incapacidade do poder público de conter o crescimento de seus gastos. A propósito, o placar eletrônico Jurômetro registrava, ontem à noite, 254 bilhões e 800 milhões de reais. Foi o valor pago para rolar a dívida do governo federal desde 1º de janeiro deste ano.
Contra a mistificação
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado prestou um serviço à nação, ontem, ao aprovar projeto que torna crime mudar a meta fiscal no segundo semestre. A responsabilidade recairá sobre o presidente da República e o ministro da Fazenda. O plenário também aprovará. Assumir o compromisso de austeridade, compatibilizando receita e despesa, não pode ser um castelo de areia. O governo sabia há três meses que a meta seria revisada, mas silenciou para manter o ritmo de gastança. Não dá mais para conviver com tanta imprudência.
Área de risco
O sistema político brasileiro aproxima-se da falência. Tornou-se incapaz de oferecer saídas para as crises e só aprofunda os problemas. Os políticos não entenderam que reformar significa sobreviver e não atender a interesses particulares.
Condição mínima
O Prêmio Nobel de Economia de 1993, Douglas North, definiu: “Só se mantém uma economia estável, de forma permanente, com instituições fortes, relações contratuais cumpridas e agências reguladoras com autonomia.” A lição ainda não foi aprendida no Brasil.
A medida e o fim
Waldir Pires, de longa carreira pública e que hoje está com 91 anos, definiu: “A política é a única forma de produzir mudanças na sociedade. O governo democrático não é o governo da vontade pessoal do governante. Não há falta de inteligência nos dias atuais. Há falta de caráter. A civilização não pode ser a corrupção e o caos, a ansiedade e a opressão. A dignidade humana, os direitos existenciais, os valores da liberdade, devem balizar a sociedade democrática. O ser humano é a medida e o fim da sociedade.” Não faltou nada.
Triste constatação
Na sessão da Assembleia Legislativa, ontem à tarde, o deputado e ex-secretário da Segurança Pública Enio Bacci foi à tribuna para lembrar, referindo-se aos recursos limitados das Polícias: “Os criminosos temem apenas as facções contrárias.”
Não são inocentes
O procurador Ivan Marx, do Ministério Público Federal em Brasília, repõe o que foi esquecido: o empresário Joesley Batista e executivos do Grupo J&F esconderam, em suas delações premiadas, crimes praticados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Grande chance
Repórteres, que conversam com Rodrigo Janot, percebem que ele poderá se candidatar às eleições do próximo ano. É o que tem feito dirigentes de partidos se aproximarem do procurador-geral da República.
No reino da contradição
Estão sendo cortados 4 bilhões e 300 milhões de reais do orçamento do Ministério da Educação. Ao mesmo tempo, o Congresso busca garantir 3 bilhões e 600 milhões para financiar campanhas eleitorais. É caso de execração.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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