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Brasil Consumidor pressiona o Facebook a conter o conteúdo de ódio e deve afetar outras redes sociais

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Se metade dos principais anunciantes aderir ao boicote, as perdas podem chegar a US$ 500 milhões. (Foto: Reprodução)

O boicote publicitário contra o Facebook é um movimento que veio para ficar e deve atingir com força outras mídias sociais, avaliam especialistas em consumo. Neste mês de julho, centenas de marcas suspenderam seus anúncios na rede social, após pressão da campanha “Stop Hate for Profit” (Pare o ódio pelo lucro, em tradução livre), que cobra do Facebook ações efetivas para evitar a disseminação de discursos de ódio e informações falsas na sua plataforma. A tendência é puxada pelo cada vez mais consolidado ativismo do consumidor, que começou pelo viés ambiental e se estendeu a questões como gênero, raça, desigualdade e outras.

Na opinião de Carlos Pellon, do IAG, a Escola de Negócios da PUC-Rio, há cerca de cinco anos começou a crescer a cobrança sobre o posicionamento das marcas em relação a temas em discussão na sociedade e na política. Existe, frisa Pellon, uma preocupação muito grande sobre como as empresas se relacionam com o resto da sociedade:

“O que estamos vendo em relação ao Facebook não surpreende porque já vínhamos percebendo mudanças. O que chama a atenção agora é a força do movimento e a capacidade de continuar se expandido sem limites”. Para ele, outras redes sociais, como o Instagram (que pertence ao Facebook), a popular Tik Tok e o Pinterest também podem ser afetadas.

Antes, o elemento central considerado por uma marca para decidir onde anunciar era o nível de audiência de veículos de comunicação ou redes sociais. Isso mudou, aponta Fábio Gomes, sociólogo e diretor-presidente do Instituto Renoma, especializado em reputação de marcas. Para ele, a adesão das empresas ao boicote é uma bandeira comunicativa: “Não se trata somente de um pedido de que providências sejam tomadas, é uma bandeira. Se não houver uma guinada (por parte das redes sociais), isso pode virar uma tendência firme”.

Para Larissa Koruki, da ONG Akatu, que trabalha com temáticas de consumo consciente, esse movimento de pressão dos consumidores vem crescendo desde 2018:

“Não é algo passageiro nem uma surpresa. Mas a expectativa é que esse tipo de ação aumente e se consolide como tendência firme. Hoje, a intenção de compra do consumidor aumenta se ele percebe que a marca, a empresa, trata bem as pessoas e pensa no bem-estar social”.

Uma lista de centenas de marcas, com gigantes globais como Unilever e Coca-Cola, aderiu ao movimento, suspendendo anúncios em redes sociais como Facebook. As grandes empresas respondem por fatia pequena da receita publicitária do Facebook — estima-se que os cem maiores anunciantes tenham peso de só 6% da arrecadação com anúncios. Mas a saída deles representa um golpe de imagem na rede social, avaliam especialistas.

De outro lado, pequenos anunciantes, que respondem pela maior parte da receita publicitária do Facebook, dependem da plataforma para impulsionar suas vendas. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, deve se reunir com ativistas na próxima semana. Mas, segundo relatos de Zuckerberg a seus funcionários nos últimos dias, obtidos pelo site The Information, especializado em informações sobre empresas de tecnologia, o executivo não estaria disposto a mudar as práticas da plataforma e não via impacto financeiro relevante no boicote.

Uma das demandas das organizações à frente do boicote é que o Facebook passe a contar com um especialista em direitos civis no quadro de executivos que comandam a companhia, reportou o The Wall Street Journal ontem.

O Sleeping Giants é uma das entidades que organizam a campanha “Stop Hate for Profit”. O grupo ficou famoso nos últimos anos por denunciar sites de fake news e que disseminam discursos de ódio, cobrando dos anunciantes que retirem a publicidade dessas plataformas. O perfil no Brasil do Sleeping Giants afirma que o objetivo da campanha é cobrar das plataformas filtros para mitigar a presença e a monetização (o ganho financeiro) de conteúdos falsos e que disseminem o ódio, que podem afetar a democracia em vários países.

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https://www.osul.com.br/consumidor-pressiona-o-facebook-a-conter-o-conteudo-de-odio-e-deve-afetar-outras-redes-sociais/ Consumidor pressiona o Facebook a conter o conteúdo de ódio e deve afetar outras redes sociais 2020-07-05
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