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Geral Crise entre dois ministros estourou oito horas após serem condecorados pelo presidente Bolsonaro em clima ameno

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O ministro da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos (E), ameaçou se demitir caso o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (D), não se retratasse publicamente. (Foto: Reprodução)

Os ataques do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao colega da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, começaram poucas horas após os dois terem sido condecorados pelo presidente Jair Bolsonaro em clima ameno, no Palácio do Itamaraty. Durante a manhã de quinta-feira (22), os dois se cumprimentaram serenamente enquanto recebiam das mãos de Bolsonaro a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco, uma honraria por “serviços meritórios e virtudes cívicas”. Até então, não havia sinais de crise.

Cerca de oito horas depois, às 21h da noite de quinta-feira, o clima esquentou, após Salles telefonar para Ramos o acusando de supostos vazamentos de informações à imprensa. Salles estava inconformado com uma nota publicada naquela tarde pela colunista Bela Megale, no jornal O Globo, em que mencionou que Salles estava esticando a corda com a ala militar do governo.

Ao desligar, Salles recorreu às redes sociais para externar sua insatisfação. A primeira mensagem dizia: “Tenho enorme respeito pela instituição militar. Como em qualquer lugar, infelizmente, há sempre uma maçã podre a contaminar os demais. Fonte de fofoca, intriga, de conspiração e da discórdia, o problema é a banana de pijama”, escreveu no Twitter, sem citar nomes.

Na sequência, Salles decidiu apagar a mensagem e ser mais enfático na crítica, mencionando o perfil do colega da Secretaria de Governo. “@MinLuizRamos não estiquei a corda com ninguém. Tenho enorme respeito e apreço pela instituição militar. Atuo da forma que entendo correto. Chega dessa postura de #mariafofoca”, publicou, às 22h21min. O termo “esticar a corda” foi usado por Ramos em uma entrevista à Revista Veja, ao negar que Bolsonaro pregava um golpe militar, mas o outro lado também não poderia “esticar a corda”.

A postagem de Salles logo ganhou apoio de militantes da ala ideológica do governo. Até mesmo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, endossou o tuíte do ministro do Meio Ambiente. No Twitter, o deputado escreveu: “Força, Ministro. O Brasil está contigo e apoiando seu trabalho”. Outros também apoiaram Salles, como o escritor Olavo de Carvalho, o secretário da Pesca, Jorge Seif, o assessor especial do Meio Ambiente, Vicente Santini, demitido da Casa Civil após viajar à Índia com avião da Força Aérea Brasileira, e as deputadas Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Carolina de Toni (PSL-PR).

Movimento orquestrado

Integrantes da ala ideológica do governo veem no movimento de Salles uma tentativa orquestrada com outros ministros civis do governo para trocar o comando da Secretaria de Governo. A intenção seria tirar o militar da articulação política e colocar um outro nome, talvez de um parlamentar.

A guerra interna entre Salles, que tem apoio da ala ideológica, e militares que participam do governo é antiga. Em agosto, o vice-presidente Hamilton Mourão, que é chefe do Conselho Nacional da Amazônia, acusou Salles de ter “se precipitado” ao anunciar que todas as operações de combate ao desmatamento ilegal e queimadas na Amazônia Legal e no Pantanal seriam suspensas por causa do bloqueio de orçamento determinado pela Secretaria de Orçamento Federal de cerca de R$ 60,6 milhões para Ibama e ICMBio.

À época, nota oficial do Ministério do Meio Ambiente dizia que o contingenciamento havia sido decidido pela Casa Civil da Presidência da República e pela Secretaria de Governo, comandadas pelos generais Walter Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos, respectivamente. Após esse episódio, deu-se início a uma briga nos bastidores por causa do orçamento da pasta.

Segundo o colunista Lauro Jardim, no jornal O Globo, o apelido que Salles deu a Ramos de #mariafofoca também já foi usado no Palácio do Planalto pelo chefe da Secom, Fábio Wajngarten, para referir-se ao general. A relação entre os dois é ruim. Wajngarten era subordinado de Ramos e, segundo integrantes do governo, atuou nos bastidores para tirar a Secom do guarda-chuva de Ramos em junho passado, levando-a para o Ministério das Comunicações, conduzido pelo ministro Fabio Faria.

Na manhã desta sexta-feira, Ramos e Salles participaram de uma cerimônia em que a Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou a aeronave F-39E Gripen, na Base Aérea de Brasília. Ramos seguiu para o evento no carro oficial com o presidente. Ao final do evento, Ramos, Salles, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, e também o presidente Jair Bolsonaro trocaram poucas palavras juntos. Em determinado momento da cerimônia, Bolsonaro abraçou Salles enquanto Ramos permanecia ao lado dos dois. As informações são do jornal O Globo.

 

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