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Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2018
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, dispensou o paletó e foi fotografado apenas de camiseta e com um chapéu de palha ao visitar uma fábrica de alimentos e um criadouro de peixes, em imagens divulgadas esta semana pela agência estatal KCNA.
Em algumas das fotos, é possível ver a mulher de Kim, Ri Sol-ju, carregando o casaco do marido, que sorri animado durante as inspeções. Ao seu lado, militares enfrentam o calor em seus uniformes completos.
A Coreia do Norte enfrenta há semanas uma forte onda de calor, com temperaturas que chegam a mais de 40 graus e ameaçam o país com uma grave crise alimentar, já que diversas plantações estão secando.
Nesta sexta-feira (10), a IFRC (Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho) disse que os efeitos do calor sobre plantações de arroz, milho e outras culturas podem ter “efeitos potencialmente catastróficos”.
A maior rede de auxílio para desastres no mundo advertiu sobre o risco de uma “crise de segurança alimentar completa” no país, afirmando que a situação preocupante foi exacerbada pelas sanções internacionais impostas devido aos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, segundo a Reuters.
Em comunicado divulgado em Genebra, a IFRC disse que não chove na Coreia do Norte desde o início de julho e que temperaturas chegaram a uma média de 39 graus. A próxima chuva é prevista para o meio de agosto, acrescentou.
A população de 25 milhões de pessoas já está estressada e vulnerável com taxas de desnutrição infantil que podem piorar, disse.
Desnuclearização
A Coreia do Norte acusou os Estados Unidos na quinta-feira de pressionarem pela adoção de sanções internacionais apesar dos gestos de boa vontade de Pyongyang e disse que não se pode esperar um progresso nas promessas de desnuclearização se Washington continuar a seguir um “roteiro de atuação desatualizado”.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores disse em um comunicado divulgado pela agência estatal KCNA que a Coreia do Norte ainda está disposta a implantar um acordo abrangente firmado durante a cúpula história de junho entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Os dois lados se comprometeram a trabalhar pela desnuclearização da Coreia do Norte, mas desde então mostram dificuldades de chegar a um acordo para atingir este objetivo, já que Washington insiste em manter a pressão das sanções durante as negociações.
O comunicado norte-coreano veio na esteira de comentários feitos nesta semana por diplomatas norte-americanos graduados que enfatizaram a necessidade de Pyongyang adotar medidas adicionais para a desnuclearização. Estes, por sua vez, vieram na sequência de uma troca de farpas entre o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o chanceler da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, na semana passada nos bastidores de uma cúpula regional em Cingapura.
Na quinta-feira a chancelaria norte-coreana disse que seu país parou de testar mísseis e realizar testes nucleares e que desmontou “o local de testes nucleares” – mas os EUA continuam insistindo na “desnuclearização primeiro”.
A Coreia do Norte tomou a iniciativa de devolver os restos mortais de alguns soldados norte-americanos mortos na Guerra da Coreia de 1950-53 como gesto de boa vontade para superar a desconfiança entre os países, disse a chancelaria.
“Entretanto os EUA responderam à nossa expectativa incitando sanções internacionais e pressão contra a RPDC (República Popular Democrática da Coreia)”.