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Brasil Delator da Lava-Jato se compromete a devolver 70 milhões de reais para não ficar preso

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O navio-sonda Titanium Explorer. (Foto: Reprodução)

O suposto lobista Hamylton Padilha, réu em um processo derivado da 15ª fase da Operação Lava-Jato, se comprometeu a pagar multa compensatória de 70 milhões de reais para validar o acordo de delação premiada firmado com o MPF (Ministério Público Federal).

O acordo, homologado pelo juiz Sergio Moro, prevê que o pagamento será feito em três parcelas em uma conta judicial.

Padilha responde por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele foi denunciado por ter repassado 31 milhões de dólares em propina para funcionários da Petrobras e para o PMDB.

Em troca do dinheiro, segundo os procuradores, o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada e o ex-gerente Eduardo Musa favoreceram a Vantage Drilling – representada por Padilha – em um contrato de afretamento de um navio-sonda para a estatal.

Penas

Pelo acordo de colaboração, a pena unificada de Padilha pelos crimes mencionados nos depoimentos só pode chegar a até oito anos de regime fechado.

O regime de cumprimento, porém, deverá ser substituído por de dois a cinco anos em regime aberto diferenciado – mesmas regras do regime aberto, mas cumuladas com prestação de serviço à comunidade e restrições de viagens.

Após este período, haverá uma suspensão condicional da pena.

Delação

Dentre as informações que prestou às investigações para obter o acordo, Padilha detalhou como era a operacionalização dos pagamentos de propina.

Padilha contou que foi procurado por Raul Schmidt Felippe Júnior – outro operador – que informou que o negócio só prosseguiria se houvesse pagamento de propina para Jorge Luiz Zelada, que havia substituído Nestor Cerveró na diretoria Internacional da Petrobras.

Neste encontro, que ocorreu em local público do Rio de Janeiro, Padilha disse que Raul o apresentou a João Augusto Rezende Henriques, que seria o intermediário de Zelada para as instruções de recebimento de propina.

Na ocasião, foi discutida uma dificuldade para operar o pagamento da propina sem despertar a atenção do setor de prevenção de fraudes da Vantage.

A solução encontrada, segundo Padilha, foi buscar a TMT (Taiwan Maritime Transportation co. Ltda.), empresa que afretou o navio para a Vantage, para negociar com a Petrobras.

Para chegar até o acionista controlador da TMT, Hsin Chi Su – também chamado de Nobu Su –, Padilha afirmou que precisou da intermediação do CEO da Vantage, Paul Alfred Bragg. O delator disse, porém, que Bragg não sabia das irregularidades.

Negociação

O encontro com Nobu Su ocorreu nos Estados Unidos, onde Padilha acertou o pagamento de propina diretamente pela TMT, que também é acionista da Vantage. Para concluir o negócio, Nobu Su foi ao Rio de Janeiro, em um encontro arranjado com Padilha no hotel Copacabana Palace.

Ali, Padilha apresentou Nobu Su a Henriques, intermediário de Zelada, para que eles acertassem os detalhes do pagamento da propina. O delator contou que não sabe detalhes da operação.

Padilha disse ainda que, para receber a comissão, foi assinado um acordo entre uma subsidiária da TMT e a empresa Oresta, que pertence a ele. A Oresta deveria receber 15,5 milhões de dólares de comissão pela negociação – o delator afirmou ter ouvido Henriques dizer que este também era o valor negociado para a propina que tinha Zelada como destinatário final.

Da comissão, metade deveria ficar com Padilha, e a outra metade deveria ser transferida para Raul Schmidt. O delator ressaltou, porém, que foi recebido efetivamente apenas 10,8 milhões de dólares, em dois pagamentos em 2009 – o restante não foi pago porque a TMT entrou em concordata. (AG)

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