Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2020
Polícia Federal aponta que Serra recebeu pagamentos indevidos da Odebrecht
Foto: Edilson Rodrigues/Agência SenadoA força-tarefa da Operação Lava-Jato em São Paulo denunciou o senador e ex-governador paulista José Serra (PSDB) por lavagem de dinheiro. O tucano e empresários são alvo de uma nova etapa da operação, deflagrada na manhã desta sexta-feira (3) pela PF (Polícia Federal).
De acordo com a denúncia, Serra usou o cargo de governador entre 2006 e 2007 para receber da Odebrecht pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul.
Segundo a força-tarefa, a Odebrecht pagou milhões de reais por meio de uma rede de empresas no exterior para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle.
Ainda de acordo com a operação, o empresário José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra, filha do ex-governador, constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo.
O MPF (Ministério Público Federal) afirma que Ramos e Verônica realizaram transferências para dissimular a origem dos valores e os mantiveram em uma conta de offshore controlada pela filha do tucano, de maneira oculta, até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça. O MPF obteve autorização na Justiça Federal para o bloqueio de cerca de R$ 40 milhões em uma conta no país europeu.
Na operação desta sexta, a PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro.
“A Odebrecht, hoje comprometida com atuação ética, íntegra e transparente, colabora com a Justiça de forma permanente e eficaz para esclarecer fatos do passado”, afirmou a empreiteira.
A assessoria de imprensa de Serra disse que a defesa do ex-governador iria se pronunciar após tomar conhecimento do processo, mas emitiu uma nota de esclarecimento dizendo que “causa estranheza e indignação” a ação deflagrada, e que “em meio à pandemia” a ação foi “completamente desarrazoada”. Mencionou que são fatos antigos, prescritos, e com denúncia já feita.
Também afirma ser lamentável que “medidas invasivas e agressivas como a de hoje sejam feitas sem o respeito à Lei e à decisão já tomada no caso pela Suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República.” A nota diz ainda que Serra reforça a licitude de seus atos e que mantém a confiança na Justiça.
Nota de Esclarecimento pic.twitter.com/Yac8PqBCDp
— José Serra (@joseserra_) July 3, 2020