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Geral Depoimento bombástico aumenta risco de processo contra Trump pela invasão do Capitólio

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Réus são acusados de atacar o templo da democracia norte-americana em 6 de janeiro de 2021. (Foto: Reprodução/YouTube)

Foi um dos momentos mais dramáticos da semana: pouco antes de o então presidente Donald Trump subir ao palco perto da Casa Branca, no ano passado, e pedir que “lutassem com afinco” e marchassem para o Capitólio, uma assistente que prestou testemunho na terça disse que ele sabia que alguns estavam armados.

Foi um momento crucial para qualquer processo a ser aberto contra Trump, afirmam especialistas. Saber que a multidão de apoiadores tinha os meios para realizar atos violentos quando ele defendeu que fossem ao Capitólio – e declarar que queria ir com eles – pode colocá-lo mais perto de acusações criminais, dizem especialistas.

Ainda não está claro até que ponto vão as investigações do Departamento de Justiça sobre o ex-presidente. Mas as revelações no depoimento de Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa Branca, à comissão da Câmara que investiga a invasão do Capitólio, apresentaram novas evidências sobre as atividades de Trump antes de 6 de janeiro de 2021 e afastaram qualquer argumento de que apenas expressava suas visões sobre uma fraude eleitoral.

“Ainda há muita incerteza sobre a questão da intenção de cometer crimes quando se trata de um presidente, mas o que aconteceu ali mudou minha opinião”, disse Alan Rozenshtein, ex-integrante do Departamento de Justiça e que hoje leciona na Universidade de Minnesota. “Em vez de achar que era pouco provável que fosse indiciado, agora acho que essa é uma possibilidade alta.”

Um porta-voz do secretário de Justiça, Merrick Garland, não quis comentar o depoimento de Hutchinson, mas um de seus antecessores deu sua opinião.

“O departamento está analisando tudo que se passa ali, e o depoimento deu aos investigadores bastante material”, disse William Barr, secretário do governo Trump que deixou o cargo depois de dizer por semanas que não havia sinais de fraudes nas eleições de 2020.

No depoimento, Hutchinson mencionou uma conversa com Pat Cipollone, advogado da Casa Branca, no dia 3 de janeiro. Ali, disse ter ouvido que Trump queria marchar com seus apoiadores até o Capitólio depois do discurso de 6 de janeiro – uma decisão que poderia ter grandes consequências, segundo ele.

“Vamos ser acusados de todos os crimes possíveis”, disse Cipollone, de acordo com o relato de Hutchinson.

Um desses crimes, segundo o depoimento, era o mesmo que a comissão acusou Trump, no começo do ano: obstrução de um procedimento do Congresso, no caso, a certificação dos resultados do colégio eleitoral, no Capitólio, no dia 6 de janeiro.

Um juiz federal, em uma ação relacionada ao trabalho da comissão da Câmara, também concluiu este ano que Trump e John Eastman, um de seus conselheiros jurídicos, possivelmente cometeram contravenções, como obstrução dos trabalhos do Congresso e conspiração para fraudar os EUA, através de seus esforços para barrar a certificação dos resultados do colégio eleitoral.

Segundo Hutchinson, outro potencial crime que preocupava Cipollone era a incitação ao tumulto. Essa acusação, embora teoricamente mais simples que a obstrução, exige que os promotores obtenham um maior número de evidências e provem que as palavras do acusado apresentaram uma ameaça imediata de perigo ou ilegalidade.

Em fevereiro, um juiz federal de Washington, decidindo que um conjunto de ações civis acusando Trump pela violência no dia 6 de janeiro poderia ir a julgamento, também sugeriu que o ex-presidente incitou a multidão em seu discurso. Na decisão, o juiz Amit P. Mehta descobriu que, meses após ter criado “um ambiente de desconfiança e raiva” ao afirmar que a eleição foi roubada, Trump deveria saber que seus apoiadores consideravam seu discurso como um chamado à ação.

Ele afirmou ainda que Trump poderia ser responsabilizado por ajudar e encorajar aqueles que atacaram os policiais no ataque.

Após 18 meses, a investigação do Departamento de Justiça resultou em mais de 840 processos criminais contra os invasores, desde invasão de áreas restritas até conspiração sediciosa.

Nos últimos dias, o inquérito foi acelerado com operações de busca e apreensão e pedidos de informação, envolvendo alguns aliados de Trump que disputam eleições em novembro e pelo menos dois advogados, Jeffrey Clark e John Eastman, que trabalharam em planos separados porém relacionados para tentar reverter sua derrota em 2020.

Mesmo assim, não se sabe se os promotores miram no potencial envolvimento de Trump em ações para subverter a eleição daquele ano ou se querem confirmar que ele incitou a multidão antes do ataque.

Embora a comissão da Câmara sempre tenha recomendado o indiciamento de Trump, foi revelado, este mês, que o painel e o Departamento de Justiça tiveram atritos sobre os depoimentos de testemunhas como Hutchinson, com funcionários do departamento reclamando que, ao reter as transcrições, a comissão atrapalhava a montagem dos casos. As informações são do jornal The New York Times.

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