Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2020
O diagnóstico da COVID-19 tem impedido o presidente Jair Bolsonaro de sair do Palácio da Alvorada, mas o mandatário já tem desenhado um plano para quando receber alta da doença, algo que pode ocorrer nesta semana. A ideia do chefe do Executivo é intensificar compromissos oficiais fora do Distrito Federal, sobretudo para a inauguração de obras.
Ainda surfando na onda de um comportamento mais moderado e pouco agressivo contra outras instituições, Bolsonaro quer aliar isso à entrega de resultados, principalmente para aumentar a sua popularidade. Uma das primeiras agendas do presidente será no Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI), onde ele visitará o Museu do Homem Americano. A viagem também incluirá uma passagem por Campo Alegre de Lourdes (BA), a 66 quilômetros de São Raimundo.
No município baiano, o mandatário presenciará a inauguração de uma adutora que levará à cidade as águas do Rio São Francisco. Para concluir o pequeno “tour” nordestino, Bolsonaro deve sobrevoar de helicóptero um trecho da Ferrovia Transnordestina entre o Piauí e o Pernambuco. A viagem pode ser na quinta-feira, caso o mandatário esteja curado do novo coronavírus até lá.
A região virou um ponto estratégico para o presidente conquistar mais votos. Bolsonaro viu na ida a Penaforte (CE) em junho para inaugurar um dos trechos da obra de transposição do Rio São Francisco uma forma de ganhar pontos com a população mais pobre do Nordeste, reduto ainda dominado pelo PT.
A leitura é a mesma para as pessoas que estão ao seu redor e também para a base aliada no Congresso Nacional, sobretudo o Centrão. Não à toa, o convite para a viagem nesta semana partiu do presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI).
Em live nas redes sociais na última quinta-feira, Bolsonaro destacou a importância das viagens para uma melhor aceitação do seu governo. O presidente frisou que os seus ministros foram ordenados a concluir obras. Segundo ele, “pelo menos dois dias por semana vamos inaugurar obras”.
“Vamos voltar para o Nordeste todo. A questão de inaugurar obras não é inaugurar para aparecer. É para mostrar que está fazendo. Porque se depender da mídia local, não aparece. O Ministério do Desenvolvimento Regional tem 20 mil obras no Brasil”, explicou o presidente.Continua depois da publicidade
O chefe do Executivo prometeu mais visitas pelo país em agosto. No Vale do Ribeira, região do litoral sul de São Paulo onde o presidente foi criado, ele pretende ir a municípios como Pariquera-Açu, Batatal e El Dorado. Bolsonaro também quer passar em São Vicente e em Santos.
Em todas as cidades, o presidente quer vistoriar o andamento de algumas obras, como a recuperação de pontes e a conclusão de um conjunto habitacional. Além disso, o mandatário vai viajar ao Mato Grosso, onde deve visitar cidades como Sinop, Sorriso e Nova Ubiratã.
“Vamos levar esse Brasil para a frente. Temos tudo para dar certo. Temos um problema seríssimo pela frente, que é a destruição de empregos. É uma realidade. Vamos jogar pesado aí. Vamos correr atrás”, disse.
Expectativa
Para os defensores do chefe do Executivo, o fato de Bolsonaro sair mais de Brasília para criar uma agenda positiva para o Planalto pode contribuir para que o governo volte a ver a economia apresentando bons resultados, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. Alguns são mais otimistas e dizem que os indicadores positivos já estão aparecendo.
“O Brasil voltou a figurar entre os 25 países mais confiáveis para investimento estrangeiro, conforme voto dos CEOs das 500 maiores empresas do mundo. No mês de junho, a arrecadação do Brasil foi maior até do que a do mês de junho do ano passado, mostrando que o país vai voltando à normalidade e que, se Deus quiser, nós vamos colher bons frutos ainda este ano, em que pese a pandemia”, diz o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).