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Política Delegado, ex-diretor da Abin investigado pela Polícia Federal agora é deputado federal pelo Rio de Janeiro

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Alexandre Ramagem é um dos alvos da investigação.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
O agora deputado federal Alexandre Ramagem (PL) é um dos alvos da investigação. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL), sete policiais federais e três servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foram alvos de uma operação da Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (25), contra um suposto monitoramento ilegal feito pelo órgão durante o governo de Jair Bolsonaro.

A decisão de quase 40 páginas assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) levou policiais federais a cumprir 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências de busca e apreensão ocorreram em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).

A Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio dos aparelhos celulares. A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários de Bolsonaro.

O FirstMile tinha capacidade de monitorar, sem autorização judicial, os passos de até 10 mil pessoas por ano. Para isso, bastava digitar o número de um contato telefônico no programa e acompanhar num mapa a localização registrada a partir da conexão de rede do aparelho.

A ferramenta foi produzida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e era operada, sem qualquer controle formal de acesso, pela equipe de operações da agência de inteligência.

Segundo a PF, a operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023.

O inquérito apontou que as provas obtidas a partir das diligências executadas pela PF à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na ABIN e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da própria Polícia Federal.

“Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei”, informou a PF, em nota.

Entenda

O principal grupo, denominado pela PF de “Núcleo da Alta Gestão”, seria formado pelos delegados à época cedidos para a Abin e que ocupavam cargos de direção na agência. O principal integrante do núcleo seria Ramagem. O objetivo central seria, por meio da utilização do sistema espião First Mile, monitorar alvos e pessoas públicas e realizar um “serviço de contrainteligência e criação de relatórios apócrifos que seriam divulgados com o fim de criar narrativas falsas”.

O “Núcleo Subordinados” contaria com policiais federais cedidos à Abin que serviriam como “staff” para a alta gestão. Já o “Núcleo-Evento Portaria” teria os responsáveis por diligências que resultaram na tentativa de vincular parlamentares e ministros do Supremo a uma organização criminosa. Por fim, ao “Núcleo Tratamento Log” caberia o tratamento dos logs disponíveis desde o início da investigação.

Conforme a decisão do ministro Alexandre de Moraes, apurações internas da Abin sobre a utilização do software espião teriam sido atrapalhadas por interferência de Alexandre Ramagem e de Carlos Afonso Gonçalves Coelho, ex-secretário de Planejamento e Gestão e ex-diretor-adjunto.

 

 

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https://www.osul.com.br/deputado-e-alvo-de-operacao-da-policia-federal-que-investiga-uso-de-programa-secreto-da-abin/ Delegado, ex-diretor da Abin investigado pela Polícia Federal agora é deputado federal pelo Rio de Janeiro 2024-01-25
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