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Política Deputado é denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por forjar o próprio atentado

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Loester Trutis (PSL-MS) é acusado por comunicação falsa de crime, porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo. (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Loester Trutis (PSL-MS) por comunicação falsa de crime, porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo. Ele é acusado de forjar o próprio atentado.

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros diz que ‘robustos elementos’ contradizem a versão do parlamentar.

“Diversos Laudos Periciais, Relatórios e Informações Policiais, além de oitivas, revelaram a real dinâmica dos fatos e refutaram a versão inicialmente apresentada pelos denunciados à Polícia Federal”, afirma a PGR.

O deputado, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, alega ter sido vítima de um ataque a bala em fevereiro do ano passado na rodovia BR-060, entre Sidrolândia (MS) e Campo Grande (MS), e atribui a emboscada a uma disputa política no Mato Grosso do Sul.

A Procuradoria também chama atenção para o uso político do episódio. “Considerando que o porte de arma é uma pauta política defendida intensamente pelo Deputado Loester Trutis; o Parlamentar, ao noticiar o episódio, atribui ao porte de arma a ausência de lesões e, até mesmo, o escape da morte”, destaca o vice-procurador.

Caberá à ministra Rosa Weber, relatora do caso no STF, decidir se aceita ou não a denúncia.

Ao concluir a investigação, em maio, a Polícia Federal apresentou um relatório de 105 páginas em que rebate a versão do deputado e do assessor dele, Ciro Nogueira Fidelis. Os investigadores disseram que ambos prestaram informações falsas para tentar inviabilizar as apurações.

“Na verdade, as informações recebidas, constantemente, serviram somente para que fossem empreendidos esforços em diligências desnecessárias, tirando os investigadores do foco”, diz um trecho do documento. “As diligências que tomaram por base a versão trazida pelas supostas vítimas não eram corroboradas com nenhum dado, prova ou até mesmo indício e sempre levavam a investigação por caminhos que não traziam quaisquer resultados”, acrescenta a PF.

Ao cruzar imagens de câmeras de segurança instaladas no trajeto e dados do GPS do carro do deputado, a Polícia Federal concluiu que não havia nenhum veículo perseguindo ou monitorando Trutis. A versão dos investigadores é que o parlamentar entrou em uma estrada secundária e atirou contra o próprio veículo.

“O veículo esteve parado no mesmo local por exatos 40 segundos, entre o horário das 05:29:02 às 05:29:42. E mais, por aproximadamente 24 segundos o automóvel esteve com a ignição desligada. Tempo suficiente para descer do veículo, efetuar vários disparos de arma de fogo e retomar para dentro do veículo”, afirma a PF.

“Ao que tudo indica, planejaram de madrugada o plano e pela manhã cedo foram executá-lo, sem antes ter estudado a localidade. Essa escolha ocorreu ali mesmo na rodovia BR-060. É possível constatar pelos dados do rastreador veicular como o Toyota Corolla trafegou na rodovia, nos mais diversos sentidos em velocidades baixas, pois os atores da tragicomédia estavam procurando o lugar para encenarem a sua peça”, diz outro trecho do relatório.

Nota

Em nota, o parlamentar diz ter sido “vítima de um refinado conluio de autoridades locais”.

Ainda conforme o deputado, este suposto “conluio”, “induziram a PGR e a ministra a erro”. Para Trutis, durante a investigação do suposto atentado, testemunhas “essenciais”, consideradas por ele mesmo, não foram ouvidas e o parlamentar elenca a suposta destruição ou manipulação de provas.

Ele chamou de “absurdo jurídico” a forma que a investigação se decorreu, sendo autorizado pela Polícia Federal de Mato Grosso do Sul. Ao finalizar o comunicado, Loester Trutis diz esperar “ansiosamente” pela análise das provas do suposto atentado em algum lugar, que não seja Mato Grosso do Sul.

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