Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2025
A bancada do PDT na Câmara dos Deputados sinalizou que pode apoiar a iniciativa da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – ou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com deputados e senadores – para investigar fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O apoio, no entanto, está condicionado à ampliação do escopo da investigação para incluir também o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O anúncio foi feito após a decisão da bancada de deixar a base aliada ao governo Lula.
“Se o escopo dessa CPI ou CPMI for ampliado para 2019, se constar no aditamento que é necessário convidar ou convocar ministros e secretários-executivos do governo anterior, com os nomes dessas pessoas citados, e houver uma indicação expressa à Polícia Federal para investigar a partir dessa data, estamos autorizados a assinar a CPI ou CPMI do INSS”, afirmou o líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer (MG).
No dia 23 de abril, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Sem Desconto, que revelou um esquema de fraudes que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024.
A oposição aposta em instalar uma comissão mista para contornar as dificuldades de criar uma CPI exclusiva na Câmara.
Na semana passada, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) protocolou o pedido de CPI na Casa. No entanto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que há uma fila de 12 CPIs aguardando instalação.
Nessa terça-feira (6), parlamentares pretendiam protocolar também o pedido de CPI mista, com o mesmo objetivo de apurar a fraude no INSS.
A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que estão coordenando a coleta de assinaturas, informaram que o documento já conta com o apoio de 30 senadores e 206 deputados.
O protocolo foi adiado para o dia 20 de maio, com o objetivo de ampliar ainda mais o número de adesões.
Senadores
Ao contrário da bancada do PDT na Câmara, que anunciou a saída da base do governo, os senadores do partido decidiram manter o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O PDT conta com três cadeiras no Senado, ocupadas por Leila Barros (DF), Ana Paula Lobato (MA) e Weverton Rocha (MA).
“A decisão foi tomada tendo por base a afinidade da bancada com o governo tanto no projeto de desenvolvimento para o Brasil, como na maioria das pautas no Senado”, informou a liderança da legenda em nota.
No documento, a bancada do Senado disse que respeita a posição da bancada na Câmara e, embora tenha um posicionamento diferente, reitera que o partido “segue unido em defesa dos ideais trabalhistas”.
A decisão dos deputados do PDT de abandonar a base governista aconteceu de forma unânime, segundo o líder da bancada, Mário Heringer (MG).
Ainda de acordo com o líder, a decisão de o PDT ficar “independente” acontece após um acúmulo de insatisfações da bancada perante ações do Planalto e devido a perspectivas para as eleições de 2026.
A intenção é que os deputados não fiquem mais alinhados automaticamente com o governo Lula na Câmara, mas que também não sejam da oposição. Deputados do PDT defendem um posicionamento de “não polarização” visando o pleito de 2026. As informações são da CNN.