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Mundo Donald Trump levanta questionamentos éticos ao sugerir seu resort como sede do próximo G7

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Trump disse que seu resort, “um lugar fantástico”, tem condições que o tornam singularmente bem equipado para sediar um encontro do G7 em 2020. (Foto: Reprodução de internet)

Os presidentes geralmente usam as cúpulas internacionais para promover sua agenda política no palco mundial. Mas o presidente Donald Trump converteu uma aparição pública no sul da França na segunda-feira (26) em algo que mais pareceu um informercial sobre seu resort e clube de golfe no sul da Flórida, que não vem tendo bons resultados.

Ao sugerir que a próxima cúpula de líderes mundiais do G7 aconteça em seu próprio resort de luxo em Doral, Flórida, a oeste de Miami, Trump destacou da maneira mais gritante possível seu desrespeito pelos limites éticos que historicamente sempre restringiram as atividades que misturam a Presidência e negócios com fins lucrativos.

E não se trata de qualquer negócio pessoal: o Trump National Doral Miami Golf Club é a maior propriedade lucrativa da família Trump. Ela vem dando sinais de dificuldades financeiras desde que Trump iniciou sua campanha para presidente, em 2015.

Trump disse que seu resort, “um lugar fantástico”, tem condições que o tornam singularmente bem equipado para sediar um encontro do G7 em 2020. “O resort tem uma área tremenda, muitas centenas de acres, de modo que poderemos dar conta de qualquer coisa que venha a acontecer”, Trump se gabou em Biarritz, na França. “As pessoas realmente gostam de lá, e além disso o resort tem prédios com 50 a 70 unidades, de modo que cada delegação pode ficar em um prédio.”

“Ainda não encontramos nada que chegue sequer perto de competir com Doral”, ele disse a jornalistas no início de um encontro bilateral com a chanceler alemã Angela Merkel. Mas David J. Sangree, consultor de hotéis em Ohio, ironizou a ideia de que o resort de Trump possua qualidades especiais que o distinguem dos muitos outros espaços possíveis nos EUA que poderiam sediar uma cúpula global.

“O Doral é um lugar que provavelmente comportaria uma cúpula”, ele comentou depois de examinar uma lista de 37 páginas de hotéis nos EUA que também recebem a classificação de quatro diamantes da AAA. “Mas há uma centena de lugares nos EUA que comportariam um evento desse tipo.”

Diferentemente dos locais geralmente escolhidos para essa finalidade, que costumam ser mais isolados, seria difícil garantir a segurança do resort: sua entrada, ladeada por palmeiras, fica perto de um dos cruzamentos mais movimentados de Doral.

No ano passado um homem armado abriu fogo contra policiais no saguão do hotel. Desde que se tornou presidente Trump só esteve na propriedade uma vez, para um evento de levantamento de fundos promovido pelo Comitê Nacional Republicano em junho.

O prefeito de Doral, Juan Carlos Bermudez, disse que o Serviço Secreto informou o departamento de polícia da cidade dois meses atrás que o resort é um de uma dúzia de sedes potenciais da cúpula. “Ter um evento dessa magnitude ocorrendo aqui nos proporciona ótima exposição”, disse Bermudez. “Mas será um trabalho logístico enorme.”

Críticos argumentam que a cúpula, que atrai atenção internacional, milhares de funcionários governamentais e representantes da mídia internacional, representará um ganho financeiro enorme para a propriedade de Trump, garantindo um aumento imediato de receita e elevando o perfil do resort em todo o mundo.

O resultado, para eles, infringiria um limite que presidentes anteriores evitaram desrespeitar. “Basicamente, Trump estaria obrigando governos estrangeiros a gastar dinheiro em seu resort pessoal, e, ao mesmo tempo, promovendo o resort mundialmente”, explicou Deepak Gupta, advogado especializado em ética e experiente em casos desse tipo.

“Isso contradiz o texto e o espírito da Constituição”, ele disse. “O modo como Trump utiliza seu cargo oficial para seu ganho pessoal é tão flagrante e frequente que acho que nunca antes vimos nada semelhante por parte de um presidente dos Estados Unidos.”

Desde que se tornou presidente, Trump vem em grande medida ignorando críticas desse tipo. Como presidente eleito, ele prometeu que se afastaria da gestão de seus negócios, mas mais tarde colocou seus filhos no controle deles.

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