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Política Eleição na Câmara dos Deputados: entenda o racha no DEM, que fez Rodrigo Maia cobrar ACM Neto

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Presidente da Câmara reclama com aliado sobre as dissidências. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O crescimento da dissidência a favor de Arthur Lira (PP-AL) no DEM abriu uma crise entre os dois principais caciques do partido, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e o presidente da legenda, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, dois antigos aliados. Onze deputados da sigla já afirmam que votarão em Lira, que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro, e não em Baleia Rossi (MDB-SP), patrocinado por Maia.

Ainda há dois ministros do governo, Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Tereza Cristina (Agricultura), que voltarão à Casa para votar no preferido do Planalto, somando 13 parlamentares. O DEM terá 30 votos na eleição, que ocorre na segunda-feira.

O presidente da Câmara disse a ACM Neto ter sido alertado de que o DEM pode acabar ficando conhecido como “partido da boquinha”. O teor da conversa foi revelado por Maia ontem, durante um café com Baleia, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), e deputados federais do Rio.

Procurado, o presidente da Câmara afirmou que a expressão “partido da boquinha” foi dita a ele, como forma de alerta, por um empresário que simpatiza com o DEM. E que apenas repassou esse raciocínio a ACM Neto, que, anteontem, recebeu Lira na Bahia, em um evento que contou com a presença de cinco deputados do DEM – os parlamentares declararam voto no candidato de Bolsonaro.

“Eu disse ao ACM Neto que um empresário tinha me dito que achava estranho esse negócio de o DEM estar com essa disputa interna por cargos e emendas oferecidos pelo governo. Que podia acabar virando isso (ter a imagem de “partido da boquinha”). Não fui eu que disse isso diretamente para ele (ACM Neto). Foi uma pessoa que me disse. Eu só relatei a conversa”, afirmou Maia.

No café com Baleia e aliados no Rio, Maia também afirmou que já tinha feito o que podia para manter a unidade no DEM na eleição da Câmara e que, agora, cabia a ACM Neto tomar alguma providência, caso julgasse necessário.

ACM Neto reclamou do fato de Maia ter externado a conversa. “Tenho evitado alimentar publicamente debates que deveriam acontecer internamente. O DEM vai respeitar as diferenças. Posso dizer que não admitirei troca de cargos e emendas por votos. Isso está afastado. As posições no Legislativo estão claras: a prioridade é a eleição do Pacheco no Senado. Na Câmara, há uma posição institucional pelo Baleia. Não me sinto à vontade para botar lenha na fogueira. Pelo contrário. Cabe a mim, como presidente do partido, diminuir tensões e assegurar que, passada a eleição, o partido permaneça unido”, disse ACM Neto, descartando punir deputados que votem em Lira.  “Se depender de mim, não é por aí. Não gosto de ameaças e do uso da força. Prefiro sempre o argumento, o diálogo.”

Principal patrocinador da candidatura de Baleia, Maia, visto na Câmara como hábil articulador político, vem perdendo influência no próprio partido. O fato de ao menos 13 deputados da legenda votarem em Lira é um baque nas pretensões do presidente da Casa, que já afirmou que gostaria de articular uma candidatura de centro à Presidência da República em 2022, que poderia contar com a adesão de legendas de esquerda e de direita.

Lira investe

Além dos cinco deputados do DEM da Bahia, Lira também receberá, pelo menos, os votos de Alan Rick (AC), Carlos Henrique Gaguim (TO), David Soares (SP), Luis Miranda (DF), Pedro Lupion (PR) e Olival Marques (PA), além dos dois ministros de Bolsonaro.

A dissidência, no entanto, pode ser ainda maior, uma vez que o voto é secreto. O grupo de Lira trabalha para obter o apoio de 20 parlamentares do DEM, alguns dos quais, no entanto, não assumiriam publicamente o voto. Para Maia, por outro lado, todas as defecções já estão expostas, e o restante da legenda apoiará Baleia.

O deputado Elmar Nascimento (BA) foi quem puxou o embarque de parte da legenda na candidatura de Lira. Ele desejava disputar a presidência da Câmara com o apoio de Maia, mas acabou preterido pelo correligionário. Nascimento é ex-líder da legenda e tem bom trânsito com muitos deputados, o que explica o crescimento da dissidência.

Na mesma reunião no Rio, Maia disse que o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso na Lava-Jato, tem atuado para beneficiar Lira. Como justificativa, citou um capítulo do livro que Cunha escreveu, tornado público esta semana, no qual o ex-deputado afirma que Maia e Baleia articularam o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A estratégia de Cunha, segundo Maia, seria estimular dissidências no PT, partido que, oficialmente, apoia a candidatura de Baleia. As informações são do jornal O Globo.

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