O médico Edmo Gabriel, em entrevista à revista Veja, e em seu blog profissional, relata um aspecto que exige atenção quanto ao cuidado com a saúde, que é o aumento do risco de ocorrência de trombose. Esse risco aumenta tanto pelos aspectos comportamentais e de prevenção serem deixados de lado, como pelos efeitos em casos sintomáticos do novo coronavírus 2019-n-CoV.
1) O que é a trombose? Quais são os diferentes tipos?
Quando uma pessoa faz um ferimento, vacina ou exame que precisa coleta de sangue, uma região do corpo sofre um pequeno sangramento e se forma um coágulo. Com esse coágulo, o próprio corpo, com um mecanismo de seu sistema circulatório, consegue cessar o sangramento.
De acordo com o portal do médico Drauzio Varela, a trombose é um problema circulatório onde o corpo cria um coágulo em locais onde não ocorreu qualquer tipo de sangramento. Em condições normais, com sangramento a estancar, o trombo formado pelas plaquetas fica durante um período e depois é degradado pelo próprio organismo. Já quando ocorre a trombose, esse coágulo ou trombo acaba se mantendo e dificultando a circulação sanguínea, no local de origem ou outros locais.
Os vasos sanguíneos podem ser veias, artérias ou capilares sanguíneos. Artérias carregam sangue arterial, que é rico em oxigênio e nutrientes, já as veias retornam o sangue com gás carbônico e os capilares são vasos com menor calibre, ou seja, mais finos.
A trombose acontece nesses diferentes tipos de vasos sanguíneos. Segundo informações do portal da Rede D’Or São Luiz, existe a trombose venosa profunda, que afeta veias nos membros inferiores, geralmente nas coxas e panturrilhas. Já a trombose arterial se forma em artérias do organismo, como a artéria aorta. Nesses casos, o coágulo ou trombo pode ficar no local onde se formou e dificultar a circulação por ali.
Há casos em que o trombo se desloca de onde se formou. Quando se instala no pulmão, ocorre a trombose pulmonar e, em alguns casos, pode levar à embolia pulmonar. E quando acaba se instalando no cérebro, ocorre trombose cerebral.
2) O que pode desencadear a trombose?
Existem diferentes causas possíveis para a trombose, relacionadas a remédios e comportamentos/rotinas.
Anticoncepcionais: Não são um fator comum para desencadear trombose, mas é preciso ter atenção quanto ao uso de pílulas com estrogênio, que podem afetar a coagulação e causar trombose venosa.
Obesidade: O aumento de carga nos membros inferiores gera um esforço mais intenso nas veias e pode levar à trombose. A obesidade é fator que desencadeia não só essa, mas várias outras doenças.
Gravidez: Durante a gravidez, existe o fator aumento de massa corporal, que causa os mesmos efeitos da obesidade (sobrecarga venosa), além de alterações no sistema de coagulação.
Longas viagens ou trabalho na mesma posição por períodos prolongados: durante viagens, muito tempo estando em pé ou sentado(a) no trabalho ou em casa, há um esforço maior para o retorno do sangue venoso ao coração, gerando predisposição à formação de trombos.
Longos períodos em internação hospitalar: também levam a manter a mesma posição de forma prolongada, sendo um fator que não depende do indivíduo para desencadear trombose, mas pode ocorrer.
Alguns tipos de medicamentos: além de anticoncepcionais, existem outras medicações de caráter hormonal que podem afetar a coagulação sanguínea, utilizadas em terapias de reposição.
Varizes e o consumo de cigarro e outras drogas.