Por Flavio Pereira | 4 de novembro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O ministro Augusto Nardes, relator de auditoria do Tribunal de Contas da União sobre o crédito agrícola no Brasil, disse ontem que vem dialogando na busca de melhorias nas atuais condições dessa linha de fomento. Nardes, que recebeu ontem em seu gabinete, em Brasília, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e seus assessores, conversou pelo telefone com o jornalista Flavio Pereira, comentando detalhes do encontro.
Segundo Augusto Nardes, “avaliamos as condições atualmente oferecidas para os produtores rurais no tocante ao crédito rural, e ajustamos com o presidente do Banco Central a busca de alternativas que possam ser sugeridas ao sistema financeiro, buscando adequar alguns mecanismos ao quadro de dificuldades dos produtores rurais. Tudo isso faz parte das informações que estamos colhendo, para incorporá-las na auditoria em andamento”. Nardes reiterou que “estamos trabalhando com o foco em fortalecer o crédito agrícola no Brasil e promover o desenvolvimento sustentável do setor”.
Reunião com representantes do agronegócio
O ministro Augusto Nardes confirmou que estará em Porto Alegre na próxima segunda-feira (10) na Assembleia Legislativa, 13h às 16h, para se encontrar com representantes de importantes entidades do agronegócio, incluindo a Farsul, FETAG, Federarroz, Aprosoja e FecoAgro. Segundo o ministro do TCU, o objetivo é ouvir diretamente as dificuldades enfrentadas pelos produtores em relação ao crédito agrícola e incorporar essas informações na auditoria em andamento.
Além disso, o ministro Augusto Nardes antecipou que pretende agendar uma nova reunião no interior do Estado, em uma data e local a ser definido, onde terá a oportunidade de ouvir a APER e os agricultores do Rio Grande do Sul, garantindo que suas posições sejam considerados nas recomendações do TCU.
Diretor do BC é gaúcho de Caxias do Sul
Na reunião de ontem, Augusto Nardes foi apresentado ao diretor de regulação do Banco Central, Gilneu Astolfi Vivan, que acompanhava o presidente do BC, Gabriel Galípolo. O ministro do TCU disse que “durante o encontro, descobri que o diretor Gilneu Astolfi Vivan é gaúcho de Caxias do Sul”. Nardes brincou dizendo que “ganhamos mais um aliado importante nesse diálogo junto ao Banco Central”.
Em Santa Maria, salários dos servidores poderá ser parcelado
O retrato da crise que avança sobre os municípios já existe em Santa Maria. Se a Reforma da Previdência não for aprovada até dezembro deste ano, a prefeitura de Santa Maria terá de iniciar o parcelamento no pagamento dos salários de servidores ativos e aposentados. O atraso também deverá alcançar fornecedores da prefeitura.
Em Caxias do Sul, já começou o atraso nos salários
O atraso não será exclusividade de Santa Maria. Em Caxias do Sul, já é uma realidade: o prefeito Adiló Didomenico, o vice, Edson Néspolo, e os secretários municipais de Caxias do Sul terão os salários de outubro atrasados. Assim como os ocupantes de cargos em comissão (CCs), os vencimentos cairão na conta apenas no próximo dia 7, o quinto dia útil do mês. Os servidores efetivos receberam os salários na última quinta-feira (30).
Unidade da esquerda ao senado depende de Paulo Paim
Com enormes dificuldades de emplacar uma nova candidatura ao Senado, Paulo Paim tem afirmado que pretende ser solução e não problema para a esquerda. Paulo Paim vive um momento de muito desgaste junto ao seu eleitor majoritário – idosos e aposentados – depois que não assinou o requerimento da CPI da roubalheira dos aposentados. Os partidos de esquerda temem uma unidade em torno do deputado federal Paulo Pimenta e da ex-deputada Manuela D’Ávila, que deverá ingressar no PSOL.
Mulheres já são maioria na folha da Previdência
Os dados oficiais da Previdência Social apontam que o número de mulheres na folha do Regime Geral, incluindo idosas de baixa renda que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), de um salário mínimo – cresce mais rápido que o de homens. Desde 2018, as mulheres são mais da metade dos beneficiários, refletindo a maior inserção feminina no mercado de trabalho formal e o fato de se aposentarem mais cedo.
Mudança das regras: igualar homens e mulheres?
Já se cogita mudar mais uma vez as regras da aposentadoria para reduzir o déficit. A reforma de Previdência de 2019, que introduziu a idade mínima com regras de transição até 2031, estabeleceu 62 anos para mulheres e 65 para homens, com 30 anos de contribuição mínima para elas e 35 para eles, mantendo a distinção da regra anterior, por tempo de serviço. Para professoras, a idade mínima é 57 anos e o tempo de contribuição, 25. Para homens docentes, são 60 e 30 anos. Técnicos da área previdenciária defendem igualar as regras para homens e mulheres, mas essa mudança dificilmente passaria no Congresso Nacional.
Depois negar a GLO para combater violência no Rio, Lula decreta GLO para a COP30
A decisão do presidente Lula de assinar um decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) entre 2 e 23 de novembro de 2025, em razão da realização da Reunião da Cúpula de Líderes e da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) mereceu criticas da oposição.
Nota da oposição denuncia que “Lula criou um Brasil de castas”
O líder da Oposição na Câmara, deputado federal Luciano Zucco (PL), disse em nota que “o decreto que autoriza o uso das Forças Armadas para garantir a segurança da COP30, em Belém, é mais uma demonstração da incoerência e do desprezo do governo Lula pela vida e pela segurança do povo brasileiro”. Zucco lembra que “no Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro pediu três vezes o apoio das Forças Armadas para enfrentar o domínio territorial do Comando Vermelho. Em todas as ocasiões, o governo Lula recusou.”
“É a consagração de um Brasil de duas castas: o das elites protegidas pela GLO e o da população abandonada à violência e à insegurança. Não se trata de uma questão ideológica – é uma questão moral. A segurança pública não pode ser seletiva, nem servir de vitrine para eventos internacionais enquanto o crime toma conta das ruas. O governo que se recusa a defender seu próprio povo, mas mobiliza tropas para proteger convidados estrangeiros, perdeu completamente o senso de prioridade e de justiça”, diz a nota do líder da oposição. (Por Flávio Pereira – @flaviorrpereira)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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