Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2022
Caso se confirme que os juros ficarão acima de dois dígitos no Brasil por mais tempo, como prevê o mercado em relação às taxas de longo prazo, as empresas começarão a sofrer de maneira mais séria. Se até agora os grandes grupos estão bem estruturados para atravessar o período de dinheiro mais caro, caso essa realidade se estenda por muito tempo eles terão de ser obrigados a vender ativos e cancelar projetos de expansão. A taxa DI para 2028, por exemplo, que mostra como o mercado vê os juros para aquele ano, está sendo negociada acima de 12%.
Sem a opção de captarem recursos na bolsa ou no mercado de dívida externa – fechados por conta do cenário de inflação, alta de juros e tensão geopolítica no mundo –, a renda fixa (como emissão de dívidas) é um dos poucos caminhos que as empresas têm usado para levantar dinheiro.
Até aqui, as boas empresas têm surfado relativamente bem, mesmo com o salto da Selic de 2% para perto de 14%. Entraram na atual crise com baixo endividamento e uma boa gordura no caixa. Mas as companhias que estão emitindo papéis para levantar recursos no mercado de renda fixa já estão pagando bem mais caro do que no ano passado. Esse custo, no entanto, vem sendo compensado pelo ganho que os investimentos feitos com esse dinheiro ainda proporciona.
Entretanto, o cenário de potencial fechamento do mercado de renda fixa tem preocupado a Faria Lima. As empresas que estão fora do grupo das menos endividadas já estão inclusive sentido na pele esse impacto. No cenário do juro, da crise global e das eleições presidenciais, os investidores já estão pedindo prêmio maior para comprar papéis dessas empresas.