Quarta-feira, 27 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2025
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto
Foto: Reprodução/Redes SociaisApós determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, equipes da Polícia Penal do Distrito Federal passaram a monitorar a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em Brasília desde o dia 4 de agosto.
A decisão do ministro atende a pedidos do diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, e do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), além de uma manifestação favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Em sua decisão, Moraes citou a proximidade do julgamento do chamado “núcleo 1” da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no País, na qual o ex-presidente é apontado como líder da organização criminosa.
O magistrado também também destacou o rascunho de um pedido de asilo político na Argentina, obtido pela PF. No documento, Bolsonaro solicita ao presidente Javier Milei refúgio em caráter de urgência.
Policiais dentro de casa
Ainda na terça-feira, a PF pediu que Moraes permita uma equipe policial dentro da casa de Bolsonaro, em tempo integral, para garantir o cumprimento da prisão domiciliar e evitar fuga.
Em ofício assinado pelo diretor-geral Andrei Rodrigues, a PF diz que para “garantir a efetividade da medida (manutenção da prisão domiciliar) seria imperiosa a determinação para uma equipe de policiais permanecer 24h no interior da residência, como há precedentes”.
A PF argumenta no ofício que o monitoramento por tornozeleira eletrônica não é suficiente, já que “depende de sinal de operadora de telefonia para tanto, sendo possíveis falhas, ou mesmo interferências deliberadas para retardo da detecção de violações das condições”.
Na manifestação da PGR, foi recomendado apenas equipe policial ostensiva de prontidão para o monitoramento na casa do ex-presidente.
O diretor da PF alega que as medidas sugeridas pela PGR exigiriam a presença física de vários servidores no condomínio de Bolsonaro, com fiscalização rigorosa dos acessos e veículos. No entanto, do ponto de vista operacional, isso seria inviável e causaria desconforto aos moradores, contrariando os próprios objetivos da Procuradoria.
Ainda na noite de terça, o ministro encaminhou o ofício da PF para um novo posicionamento da PGR.
A defesa de Bolsonaro classificou o pedido da PF como um “constrangimento desnecessário”.