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Mundo Entenda o acordo de paz que garantiu o Prêmio Nobel ao primeiro-ministro da Etiópia

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O presidente da Eritrea, Isaias Afwerki, discursa ao lados dos líderes de Somália e Etiópia para selar paz. (Foto: Reprodução)

A ascensão do primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed ao comando do país em 2018 foi acompanhada de um forte discurso reformista e promessas de um compromisso pela paz com a Eritreia. Foram esses esforços, realizados em pouco mais de um ano no comando de Adis Abeba, que lhe fizeram ser anunciado, nesta sexta-feira (11), como o vencedor do prêmio Nobel da Paz deste ano .

A sinalização política do primeiro-ministro etíope foi inicialmente recebida com ceticismo no campo geopolítico. Abiy chegou ao poder pela mesma coligação partidária que governava o país desde 1991, e as cicatrizes desencadeadas pelos conflitos armados entre os dois povos eram profundas, consistindo no principal empecilho a um entendimento diplomático.

A anexação do Estado eritreu pela Etiópia, amparada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1962, deu início a uma longa guerra pela independência na Eritreia promovida pela Frente pela Libertação da Eritreia (FLE) e a Frente pela Libertação do Povo Eritreu (FLPE). A autonomia, no entanto, só se consolidaria três décadas depois, em 1993. A paz duraria pouco: em 1998, uma disputa fronteiriça em torno da região de Badme levou a um novo conflito armado, que somou cerca de 80 mil mortos.

O Tratado de Argel , acordo de paz assinado após o fim do conflito entre as duas nações, em 2000, nunca foi plenamente implementado, e o clima de tensão entre os dois países do Chifre da África permaneceu latente.

Grupos eritreus armados eram classificados como terroristas por parte do governo de Adis Abeba. Se por um lado a alternância de primeiros-ministros da mesma coligação partidária na Etiópia não colaborou para o fortalecimento dos diálogos, a resiliência do ditador eritreu, no poder desde a independência do país, também não apontava para qualquer mudança de panorama.

Abiy chegou ao poder sob essa mesma coligação, mas se demonstrou um hábil negociador na ambiciosa proposta de pacificação com a nação vizinha. A primeira evidência concreta de que um novo cenário se desenhava no horizonte foi uma cúpula histórica entre o premier e o presidente da Eritreia, Isaías Afwerke, em julho de 2018.

No primeiro encontro entre chefes de governo dos dois países em 20 anos, foi selado o cumprimento total do Tratado de Argel. Como contrapartida, Ahmed reconheceu a soberania da Eritreia sobre a cidade de Badme. Afwerke, por sua vez, autorizou a Etiópia a utilizar seus portos no Mar Vermelho – desde a independência dos eritreus, os etíopes haviam perdido o único acesso ao mar.

A reaproximação também autorizou a reabertura de embaixadas e o trânsito entre cidadãos das duas nações, impensáveis há poucos anos, bem como os abraços trocados entre Ahmed e Afwerke diante das câmeras no ano passado. O gesto pavimentou o chefe de governo, aos 43 anos, para o prêmio mais prestigiado do mundo, mas não sem resistências internas.

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