Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
20°
Thunder in the Vicinity

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Entenda o que é uma medida provisória, usada por Bolsonaro na reforma ministerial

Compartilhe esta notícia:

"Por enquanto estou casado com Mourão. Sou sem amante", disse Bolsonaro. (Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil)

Em seu primeiro dia de governo, o presidente Jair Bolsonaro editou a MP (Medida Provisória) 870, que alterou as atribuições e a estrutura dos ministérios e dos órgãos ligados à Presidência.

A transferência da demarcação de terras indígenas da Funai (Fundação Nacional do Índio) ao Ministério da Agricultura é uma das mudanças que teve maior repercussão. Entenda por que o presidente pode fazer essas mudanças com uma simples assinatura.

O que é medida provisória? 

Criado pela Constituição de 1988, esse instrumento legislativo permite que o presidente crie normas com força de lei que passam a valer imediatamente. No caso da reforma ministerial do presidente Bolsonaro, a vigência das regras se iniciou no próprio dia 1º. Enquanto vigentes, as MPs equivalem a leis ordinárias – ou seja, podem acrescentar, alterar ou revogar normas.

O presidente pode editar uma medida provisória sobre qualquer assunto?

Não. A Constituição proíbe MPs sobre nacionalidade, cidadania, direitos políticos e direito penal, entre outros. Outra limitação é que as medidas só podem ser criadas caso haja “relevância e urgência” – conceitos não definidos pela legislação.

A jurisprudência do STF (Supremo Tribunal Federal) admite que, excepcionalmente, a Corte pode analisar se esses requisitos estão presentes. Para isso, é necessário que seja ajuizada uma ação que conteste a medida. O STF nunca pode realizar esse tipo de análise espontaneamente.

No caso da MP 870, por exemplo, um partido político poderia, em tese, levar a questão da Funai ao STF e argumentar que não há urgência na transferência da atribuição.

Uma medida provisória vale por quanto tempo? 

Sua vigência é de 60 dias, e pode ser prorrogada por outros 60. Assim que editada, a MP tem que ser encaminhada ao Congresso, que terá 45 dias para apreciá-la – como se fosse um projeto de lei. Se, ao fim desse prazo, o Parlamento não aprovar ou rejeitar a conversão da medida em lei, ela tranca parcialmente a pauta da casa onde estiver tramitando.

A MP 808, de 2017, completou 120 dias e perdeu a vigência no fim de abril de 2018. Ela regulamentava trechos da reforma trabalhista, como o trabalho de grávidas em ambiente insalubre e o período de quarentena entre a demissão de um funcionário e sua recontratação como intermitente.

E se o Congresso não apreciar a medida ao fim dos 120 dias?

Nesse caso, pode ser editado um decreto legislativo com regras para disciplinar as consequências jurídicas criadas pela MP enquanto ela esteve vigente.

O decreto legislativo pode ser proposto por qualquer parlamentar ou pelas comissões, e tem tramitação similar a de um projeto de lei. Ele deve ser aprovado nas duas casas e não se submete a sanção presidencial. Na prática, isso quer dizer que, ao fim dos 120 dias, o Congresso poderia atribuir a demarcação de terras a um outro órgão, por exemplo.

Decorrido os 120 dias e não havendo aprovação, o presidente fica impedido de editar nova MP que verse sobre o mesmo tema até o fim da sessão legislativa – que se inicia em fevereiro e vai até dezembro, com recesso em julho. O mesmo vale caso o Parlamento rejeite a MP.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Após dizer que menino veste azul e menina veste rosa, a ministra Damares Alves provocou uma nova polêmica ao criticar a regra que permite ao aluno estudar longe de casa
Pastor é preso na Bahia suspeito de estuprar filhas de integrantes da igreja evangélica onde atuava
https://www.osul.com.br/entenda-o-que-e-uma-medida-provisoria-usada-por-bolsonaro-na-reforma-ministerial/ Entenda o que é uma medida provisória, usada por Bolsonaro na reforma ministerial 2019-01-05
Deixe seu comentário
Pode te interessar