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Geral Entenda por que a prévia da inflação no Brasil decepcionou em março

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,36% no mês. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A prévia da inflação oficial do Brasil de março desacelerou menos do que o esperado, com surpresas altistas em alimentação, transportes e itens de serviços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,36% no mês, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa é a menor para março desde 2020 (0,02%), primeiro mês com efeitos da pandemia no país, e vem depois de um salto de 0,78% na prévia de fevereiro de 2024. Mas a expectativa mediana de mercado colhida pelo Valor Data era de alta menor, de 0,30%.

No resultado acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 4,14% em março, ante 4,49% até fevereiro, também acima da mediana do Valor Data, de 4,08%.

A gasolina, que integra o grupo de transportes, foi a principal influência individual altista no IPCA-15 em março, com variação de 2,39%, ante 0,84% em fevereiro, e impacto de 0,12 ponto percentual. O IPCA-15 considerou os preços praticados entre 16 de fevereiro a 14 de março. Por isso, captou parte do aumento do ICMS, em 1º de fevereiro.

Entre os grupos, a maior influência veio de alimentação e bebidas, com alta de 0,91% e impacto de 0,19 ponto percentual.

Foram observadas taxas menores entre as prévias de fevereiro e março em seis das nove classes de despesas: alimentação e bebidas (de 0,97% para 0,91%); artigos de residência (de 0,45% para 0,58%); saúde e cuidados pessoais (de 0,76% para 0,61%); despesas pessoais (de 0,46% para -0,07%); educação (de 5,07% para 0,14%); e comunicação (de 1,67% para -0,04%).

Por outro lado, registraram aceleração da alta de preços ou deflação menor habitação (de 0,14% para 0,19%); transportes (de 0,15% para 0,43%) e vestuário (de -0,39% para -0,22%).

O alívio em educação – que representou mais de 70% da desaceleração do IPCA-15 entre fevereiro e março, segundo Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners – já era esperado, porque o indicador de fevereiro, tradicionalmente, é pressionado pelos reajustes de mensalidades escolares na metodologia do IBGE.

A inflação de alimentação e bebidas, por sua vez, até desacelerou entre as prévias de fevereiro e março, mas os economistas esperavam um alívio maior. A mesma avaliação vale para a alimentação no domicílio, que subiu 1,04%, ante 1,16% em fevereiro.

“Ficamos desapontados com o recuo da inflação de alimentação, gostaríamos de ter observado uma diminuição da inflação mais expressiva”, diz Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez.

Ainda assim, o “alarmismo do governo” com os preços do arroz e do feijão se mostrou precipitado, na avaliação de Leal. “O arroz desacelerou de 5,85% para 1,32% e o feijão-preto passou de 6,64% para 3,43%. O primeiro já deve apresentar deflação em abril e o último deve ficar muito próximo do zero a zero”, afirma.

Além dos alimentos, economistas se frustraram também com a queda nas passagens aéreas, que foi de 9,1%, mas eles esperavam algo em torno de 20%. Foi o terceiro mês seguido de queda das passagens aéreas no IPCA-15, mas a alta acumulada em 12 meses ainda é de quase 20%. O item “tem sido o grande vilão dos últimos indicadores” e “gerado grandes desvios”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Ainda assim, a desaceleração nos preços das passagens aéreas contribuiu para um arrefecimento da inflação geral de serviços, de 1,13% na prévia de fevereiro para 0,075 em março, segundo a MCM Consultores.

Em termos qualitativos, a média dos cinco núcleos monitorados pelo Banco Central desacelerou para 0,23% no IPCA-15 de março, de 0,56% em fevereiro, também de acordo com a MCM. No acumulado em 12 meses, a média desses núcleos recuou de 4,08% para 3,88%, segundo a MCM.

A meta de inflação anual perseguida pelo BC é de 3% em 2024, 2025 e 2026, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O Índice de Difusão, que mede a proporção de itens com aumento de preços na cesta, também caiu para 54,5% na prévia de março, vindo de 60,5% em fevereiro, segundo cálculos do Valor Data. Foi a menor difusão desde outubro de 2023 (47,1%).

Os serviços subjacentes – aqueles mais ligados ao ciclo econômico e acompanhados de perto pelo BC – até desaceleraram de 0,65% no IPCA-15 de fevereiro para 0,40% em março, segundo a MCM, mas ainda ficaram acima do 0,33% esperado pelo mercado, nota Leal.

“Medidas importantes de núcleo tiveram um comportamento mais benigno, mas aquelas mais sensíveis ao ciclo e ao estado do mercado de trabalho seguem pressionadas”, resume a equipe da Terra Investimentos.

Após a divulgação do IPCA-15 de março, economistas ajustaram suas projeções para o índice fechado no mês de um intervalo de 0,15% a 0,20% para algo entre 0,20% e 0,30%, em grande medida por causa da surpresa com passagens aéreas. Isso, no entanto, não alterou as projeções dos economistas para o IPCA ao fim de 2024.

“Como estamos falando de desvios principalmente em um item volátil, é natural que eles sejam compensados em outros meses”, diz Sanchez, da Ativa. As informações são do jornal O Valor Econômico.

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