Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O governo federal dá a impressão de estar sempre recomeçando. Desde a posse para o primeiro mandato, em 2011, houve a troca de 112 ministros. A diferença na solenidade da manhã de hoje, em que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, é que pela primeira vez a presidente Dilma Rousseff disse hoje que estende a mão “a todos os que querem o bem do Brasil”. Prova de que reconhece as dificuldades e propõe “superar o ódio”.
Referiu-se ainda à “excitação do pré-julgamento”, o que não deixa de ser verdade, mas resulta de sucessivos erros e desgastes.
Há exatamente um ano, Dilma declarou que “uma reforma ministerial não resolve os problemas” e que não pretendia alterar “nada e ninguém”.
A afirmação foi feita a 17 de março de 2015, após a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes, que ficou apenas dois meses e 18 dias no cargo. Ele tinha atacado PMDB, principal aliado do governo no Congresso, por “chantagear a presidente para obter mais espaço no governo”.
A reforma ministerial era cobrada para superar a crise política e acalmar os mercados.
Nesse dia, o dólar atingiu 3 reais e 30 centavos, o maior valor em 12 anos.
Havia ainda a projeção da queda do Produto Interno Bruto, do aumento do desemprego e da volta mais acelerada da inflação, o que se confirmou.
A presidente preferia medidas práticas e diálogo.
A receita não foi seguida e os resultados negativos ao final de dezembro de 2015 comprovaram.
Para agravar o quadro, momentos após a cerimônia que empossou Lula na Chefia da Casa Civil, a Justiça Federal suspendeu o termo de posse, diante do indício de cometimento do crime de responsabilidade.
A decisão vem na sequência das manifestações em 15 capitais, ontem à noite, de protesto contra o governo que precisará de muito fôlego político para resistir.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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