Terça-feira, 14 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 17 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Com a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo (nomeado ontem à noite) e a efervescência popular dos protestos contra a presidenta Dilma Rousseff, o PT enviou os seus principais expoentes para sondar o quadro nas Forças Armadas nos últimos dois dias. O suspense aumentou muito ontem, com a revelação do grampo da conversa de Lula com Dilma. O senador Jorge Viana (PT-AC) tem ouvido de altos oficiais que o Exército acompanha a situação e não vai interferir em cenário que cause desestabilização democrática, a não ser que seja convocado a cumprir com o seu dever.
Na linha
Lula nem assumiu a Casa Civil e já disparou, ontem, telefonemas para os principais líderes do PT e PMDB. Eufórico, ele indagava como “estava a temperatura na Câmara e Senado”.
Roteiro
A quarta-feira foi assim: Lula confirmado na Casa Civil e, horas antes, Henrique Meirelles desembarca na capital federal. Presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini restringe a agenda.
Há vagas
O mistério continua no Planalto. Meirelles, hoje do conselho do grupo JBS, pode ser ministro da Fazenda ou voltar a comandar o BC.
Top secret
Se tomar posse como ministro da Casa Civil – ele ainda corre risco de prisão, mais do que nunca – Lula será um dos homens mais bem informados do País. Chefe da Casa Civil, o ex-presidente terá informes diários da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), órgão sob tutela da Secretaria de Governo, de Ricardo Berzoini, desde outubro do ano passado.
Povo & circo
Deputado e pré-candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro levou claque e cornetas para a frente do Palácio do Planalto, à noite, aclamado por populares, pedindo a renúncia de Dilma. Em resposta, ela chamou a PE (Polícia do Exército) para conter invasão.
Filosofia nessa hora…
Depois de metralhar a política econômica do governo Dilma e reverberar a volta do ex-presidente Lula, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) citou um aforismo do filósofo Sun-Tzu: “Quando estiver cercado pelo inimigo, surpreenda-o(“A Arte da Guerra”). O clima de guerra segue ardente na Esplanada.
Gritaria
“Escárnio”. Essa foi a palavra usada por nove em cada dez parlamentares da oposição para condenar a nomeação de Lula para a Casa Civil.
Corre-corre
Uma correria de senadores do PT, PMDB e PCdoB tomou os corredores do Senado, rumo à Liderança do Governo. Eles se trancaram lá, sem assessores, após às 19h30min de ontem.
Primeiro teste
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) terá o seu primeiro teste no novo partido, durante a Conferência Nacional Sobre as Cidades, que a executiva nacional promove no fim de semana. Ele será a estrela do encontro, que reunirá cerca de 400 prefeitos e vereadores.
Metáfora
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) recorreu à estratégia de Lula. Sacou metáfora futebolística ao comentar a elevação do petista à Casa Civil: “É uma escalação de risco, de craque fora de forma e que já tem cartão amarelo. E o juiz é rigoroso”.
Jogada do sexteto
Seis senadores foram ao gabinete do presidente da Casa, Renan Calheiros, e pediram que ele segure em plenário o Projeto de Lei 186, que legaliza os cassinos, casas de bingo e o jogo-do-bicho. Entre eles estavam José Serra (PSDB-SP) e Eduardo Amorim (PSC-SE), capitaneados por Magno Malta (PR-ES).
Vira-casaca
Ninguém entende o empenho do ex-deputado federal Luis Bassuma, da Bahia, no protesto contra a legalização dos jogos, segurando cartazes do movimento Brasil Sem Azar, nas audiências da comissão da Câmara que discute o projeto. Em 2010, Bassuma era ferrenho defensor.
Passarinho
O ex-senador Jarbas Passarinho completou 96 anos, com saúde debilitada, em Brasília. Anos atrás desabafou: “Mas o José Genoino envolvido nessas falcatruas”.
Ponto Final
“Quando um pobre rouba, vai para a cadeia. Quando um rico rouba, vira ministro.” (frase de Lula, de décadas atrás, repetida ontem pela oposição ao condenar a nomeação do petista para a Casa Civil.
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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