Sexta-feira, 25 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de julho de 2025
Os investidores estrangeiros, que são responsáveis por 58% do total negociado na Bolsa brasileira, já retiraram R$ 4,13 bilhões da B3 na parcial de julho até o dia 16, segundo dados compilados pela bolsa. A saída representa o pior desempenho mensal do capital externo em 2025 até agora, revertendo o otimismo observado em maio e junho.
O maior movimento de retirada ocorreu no dia 15 de julho, com uma saída líquida de R$ 1,07 bilhão — a mais expressiva registrada no mês.
Apesar da saída acentuada de capital, o Ibovespa não acabou sentindo o impacto tão forte. No mesmo dia, o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com leve queda de 0,04%, aos 135.250,10 pontos.
A saída de recursos pressiona o câmbio, reduz a liquidez da Bolsa e pode elevar o custo de financiamento para as empresas brasileiras. Entre os dias 7 e 15 de julho, o Ibovespa acumulou sete quedas consecutivas, refletindo o aumento da aversão ao risco.
Com isso, embora julho tenha sido negativo, o saldo acumulado do ano ainda permanece positivo em R$ 26,3 bilhões, sustentado principalmente pelos aportes de R$ 10,6 bilhões em maio e R$ 5,4 bilhões em junho.
— Confira os saldos mensais:
* Janeiro R$ 6,824 bilhões
* Fevereiro R$ 699,3 milhões
* Março R$ 3,462 bilhões
* Abril -R$ 133,6 milhões
* Maio R$ 10,662 bilhões
* Junho R$ 5,390 bilhões
* Julho (até o dia 16) – R$ 570,9 milhões
A reversão no fluxo de estrangeiros acende o alerta para a confiança no mercado brasileiro. A piora coincide com a escalada de incertezas fiscais e políticas, além da repercussão negativa sobre as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros.
— Confira os saldos anuais:
* 2025 (até 16 de julho) R$ 26,3 bilhões
* 2024 -R$ 24,2 bilhões
* 2023 R$ 56,0 bilhões
* 2022 R$ 119,8 bilhões
* 2021 R$ 41,5 bilhões
* 2020 R$ 701,2 milhões
* 2019 -R$ 6,5 bilhões
* 2018 -R$ 4,8 bilhões
* 2017 R$ 39,6 bilhões
* 2016 R$ 19,5 bilhões
Queda
O mercado financeiro brasileiro reagiu com turbulência na última sexta (18), impulsionado pelo receio de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensifique as retaliações econômicas contra o Brasil. O índice Ibovespa, da B3, fechou no menor nível em quase três meses, enquanto o dólar se aproximou de R$ 5,60. As oscilações ocorreram no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Ibovespa encerrou o pregão em 133.382 pontos, registrando queda de 1,61%. Esse patamar é o mais baixo desde 23 de abril, consolidando um recuo semanal de 2,06%. Em julho, a bolsa brasileira acumula uma queda de 3,94%, apesar de um avanço de 10,89% no acumulado de 2025.
No mercado de câmbio, a tensão também foi evidente. O dólar comercial fechou a sexta cotado a R$ 5,587, com alta de R$ 0,041 (+0,73%). Embora tenha chegado a cair para R$ 5,52 pela manhã, a moeda norte-americana recuperou valor durante a tarde, atingindo R$ 5,59 e encerrando o dia em sua maior cotação desde 4 de junho. O dólar subiu 0,72% na semana e acumula alta de 2,82% em julho, mesmo com uma queda de 9,59% no ano.