Em junho deste ano, durante depoimento, Nadaf também falou sobre a propina paga aos conselheiros. O ex-secretário disse, ainda, que em 2014 as obras e os pagamentos do programa MT Integrado foram paralisadas pelo TCE, devido ao atraso no pagamento da propina.
Nadaf contou que precisou se reunir com urgência com os conselheiros para assumir o compromisso, em nome do governador, de viabilizar o pagamento da propina.
À época, Novelli afirmou que o repasse de R$ 50 milhões foi usado para renovar a estrutura tecnológica do TCE-MT e negou ter recebido propina. Em nota, alegou que as afirmações de Nadaf eram mentirosas, irresponsáveis e motivadas por vingança.
Em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), Nadaf declarou que o pagamento de propina ao TCE teria sido acertado em 2013 pelo ex-governador Silval Barbosa e Novelli, então presidente do órgão.
Novelli, porém, negou o recebimento da propina e alegou que o valor repassada pelo governo foi usado para “renovar a estrutura tecnológica do TCE e implantar um programa de desenvolvimento institucional”.
O repasse do montante foi acertado durante uma reunião com Silval e representantes do TCE. À época, um termo de compromisso previa o pagamento dos R$ 50 milhões em duas parcelas nos anos de 2012 e 2013. O valor, segundo o documento, era decorrente de excesso de arrecadação.
Depoimento de Nadaf
De acordo com o depoimento de Nadaf, Novelli teria procurado o ex-governador para oferecer vantagens ao governo em diversos contratos que estavam sob fiscalização do TCE, como as obras da Copa do Mundo, os incentivos fiscais, o programa MT Integrado e obras em andamento nas secretarias estaduais em geral, além da aprovação das contas do Executivo.
O valor da propina, conforme o ex-secretário, teria sido proposto pelo então presidente do TCE, baseado no valor global que o estado estaria movimentando nos setores sob fiscalização do órgão. Silval teria assinado notas promissórias que foram sendo resgatadas conforme o pagamento era efetuado.
Conforme Nadaf, o ex-governador teria lhe dito que, além de Novelli, também recebiam a propina os conselheiros Sérgio Ricardo, Antônio Joaquim, Waldir Teis e Valter Albano.
Em nota assinada pelo presidente do TCE, Antônio Joaquim, o órgão afirmou que uma denúncia sobre o caso foi feita em outubro de 2016 e investigada pelo órgão, restando o processo arquivado por falta de provas. Os autos, porém, foram remetidos ao MP e demais órgãos de controle externo, para que as investigações possam ser aprofundadas, se necessário. (AG)