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Carlos Roberto Schwartsmann Exame complementar é exame complementar

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Nos dias atuais, frequentemente, pacientes chegam ao consultório após consultarem vários médicos.

A justificativa é que uns não lhes transmitiram confiança e outros porque não resolveram o seu problema. Necessitam e desejam escutar uma outra opinião.

Ao responder a primeira pergunta básica da relação médico-paciente: “Em que posso lhe ajudar?” É comum ouvir: “doutor eu vim aqui para que o senhor olhe meus exames: Já tenho ecografia, ressonância, tomografia, exames de sangue e urina!”

Respondo: “Se fosse só por isso acho que o senhor não deveria ter vindo! Seria melhor ter enviado os exames pelo correio ou telex! “O senhor não acha melhor relatar a sua história, suas queixas para que eu possa posteriormente lhe examinar?! Seguindo este entendimento inicial é necessário conhecer o paciente: O cenário familiar, onde mora e com quem vive! Seus hábitos! Qual é sua queixa principal?! Sua história médica pregressa: clínica e cirúrgica. Que medicamentos utiliza habitualmente?!

Logo após é realizado o exame físico a procura de sinais que confirmam, ou não, nossas hipóteses diagnósticas.

A anamnese e o exame físico são as pedras fundamentais onde assentam a base da medicina. Terminada estas etapas insubstituíveis podemos solicitar exames complementares, exames subsequentes, exames subsidiários. Como o próprio nome diz “Exames complementares” são exames que complementam. Se fossem tão importantes deveriam ser chamados de Exames Primários ou Essenciais ou Primordiais. Não são! São chamados de Exames Complementares.!

Os médicos com pouca formação e os pacientes por desconhecimento, ficam encantados e fascinados pelos novos e fantásticos exames produzidos pela moderna tecnologia. É claro que os exames subsidiários nos ajudam, mas não são tão decisivos quanto os doentes imaginam!

Muitas vezes o diagnóstico é tão claro que não é necessário nenhum exame.

Por exemplo, no diagnóstico de varizes, hérnia inguinal, mão reumatoide, tofo gotoso, joanete… Nestes casos os exames subsidiários podem até serem solicitados, mas a conduta terapêutica será baseada exclusivamente pela clínica.

Os médicos experientes sabem que existem interpretações completamente divergentes a respeito de imagens, de gráficos, de figuras e até de números. Os exames podem mostrar alterações que não são normais, mas também podem não serem patológicas! Uma ressonância magnética abdominal pode mostrar pedras na vesícula, cálculos no ureter, cistos nos rins e no fígado, hemangioma vertebral, escoliose, osteófitos (bicos de papagaio), discopatia lombar e pólipos no intestino.

Estas pseudoanormalidades, na maioria das vezes, não tem relação nenhuma com as queixas do paciente. São achados causais.

A precisão do resultado de um exame de imagem ou laboratorial só pode ser realmente fidedigna dos fatos mediante experimentada interpretação e conhecimento dos sinais e dos sintomas clínicos do paciente. Estes dados do quebra-cabeça só o médico assistente tem!

Exame complementar é exame complementar!

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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