Terça-feira, 07 de maio de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Expectativa de consumo mais forte é um dos fatores que levam o mercado a prever aumento do PIB do Brasil em torno de 2%, próximo da projeção do governo

Compartilhe esta notícia:

A inflação para o consumidor acumula alta de 1,31% nos últimos 12 meses na Capital gaúcha. (Foto: Freepik)

Pelo quarto ano consecutivo, o mercado financeiro começa a revisar para cima as projeções de crescimento da economia brasileira. As estimativas de alta do PIB neste ano, que hoje estão em torno de 1,6%, segundo a mediana do Boletim Focus do Banco Central, devem se aproximar dos 2,2% estimados pelo Ministério da Fazenda.

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, diz que os dados recentes de atividade têm referendado o cenário da pasta e que a projeção ainda pode subir após a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2023, no mês que vem.

Nesta semana, diversas casas de investimentos e bancos já começaram a revisar as projeções para cima. O banco de investimentos UBS BB melhorou a estimativa de 1,4% para 2%. O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, alterou a projeção de 1,87% para 2,04%. Alexandre Manoel, da AZ Quest, subiu de 1,6% para 1,8%, mas diz que o viés é de alta.

Sérgio Vale, da MB Associados, por ora mantém o número de 1,7%, mas afirma que a taxa deve ficar maior, em torno de 2%. O banco BTG, que hoje prevê 1,7% de crescimento, também diz que a taxa será revista para cima. O entendimento é o mesmo no Itaú Unibanco.

“Nosso PIB está em 1,8% para 2024. Mas, como destacamos no último cenário, divulgado em 5 de fevereiro, temos um viés altista, com perspectiva melhor para o crédito à pessoa física e crescimento global mais elevado”, disse a economista Natália Cotarelli, do Itaú.

Consumo mais forte

A divulgação do PIB do quarto trimestre de 2023 pelo IBGE, no dia 1º de março, deve acionar o gatilho das revisões entre bancos e consultorias. Esse dado é importante para saber em que patamar a economia brasileira estava girando no fim do ano passado, além de servir de parâmetro para o chamado “carregamento estatístico” para 2024. Ou seja, a influência do PIB de 2023 sobre o PIB de 2024.

Também há o entendimento de que o consumo em 2024 será mais forte, amparado pelo pagamento dos precatórios pelo governo — foram mais de R$ 90 bilhões que ficaram disponíveis para saques neste ano. Precatórios são dívidas do governo determinadas pela Justiça para as quais que não cabe mais recurso.

O governo Jair Bolsonaro havia limitado o pagamento desses débitos até 2026, mas a gestão Lula decidiu antecipar e quitar o estoque devido. Além disso, o consumo deve ser impulsionado pelo pagamento de dívidas, com a redução dos índices de inadimplência, pelo reajuste do salário mínimo e por programas sociais como o Bolsa Família.

“Nosso número oficial é 2,2%, mas ele pode subir, a depender do resultado do quarto trimestre (do PIB). Agora, mais importante do que tentar cravar o dado é entender que a composição do crescimento este ano é mais sustentável, puxada pelos investimentos e com recuperação da indústria”, afirmou o secretário Guilherme Mello.

A melhora nas projeções começou após a divulgação do índice de atividade do Banco Central, o IBC-Br, no início desta semana. O crescimento foi de 0,82% em dezembro, pouco acima do esperado, com revisões para melhor também dos números de novembro e outubro.

Esses dados tornaram menos provável a hipótese de o PIB ficar negativo no quarto trimestre de 2023, o que durante muito tempo vigorou na planilha dos economistas. Agora, a expectativa é que fique estagnado ou ligeiramente positivo.

Agronegócio

Alexandre de Ázara, economista-chefe do UBS BB, tem uma das visões mais otimistas do mercado para a inflação, o que também vai ajudar o cenário no ano. Ele entende que o IPCA de 2024 vai encerrar no centro da meta, em 3%, o que permitirá ao Banco Central reduzir a Selic dos atuais 11,25% para 8% até o fim do ano, um ponto a menos do que o previsto pelo Boletim Focus — que reúne cálculos de aproximadamente 160 instituições financeiras.

Luis Otávio Leal, economista-chefe do G5 Partners, diz que desde outubro de 2023 já previa um crescimento de 2,1% neste ano, maior do que a mediana do mercado. Enquanto 2023 teve impulso do agronegócio e dos gastos promovidos pela PEC da Transição, 2024 terá os efeitos da queda da Selic, que começam a chegar na ponta.

Leal estima que o PIB do quarto trimestre de 2023 vá crescer 0,1%. Caso o número venha melhor do que isso, ele pode revisar sua estimativa para 2024.

“A gente já sabia que em 2024 não haveria a ajuda do agronegócio. Mas teremos juros em queda e recuperação do mercado de crédito. Isso favorece o consumo. Além disso, o investimento vai aumentar. Isso explica por que já estávamos mais otimistas”, comentou.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Arrecadação do governo federal com impostos bate recorde com novas regras
Governo federal decide antecipar pagamento de 30 bilhões de reais em precatórios para ajudar crescimento
https://www.osul.com.br/expectativa-de-consumo-mais-forte-e-um-dos-fatores-que-levam-mercado-a-prever-aumento-do-pib-do-brasil-em-torno-de-2-proximo-da-projecao-do-governo/ Expectativa de consumo mais forte é um dos fatores que levam o mercado a prever aumento do PIB do Brasil em torno de 2%, próximo da projeção do governo 2024-02-22
Deixe seu comentário
Pode te interessar