Geral Filho confessa ter assassinado e concretado corpo da mãe em Porto Alegre
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2015
Parece conto do escritor Edgar Allan Poe (1809-1849). O corpo de uma idosa de 76 anos foi concretado no apartamento em que residia, na rua Anita Garibaldi, bairro Mont’Serrat, área nobre de Porto Alegre. A 5 Delegacia de Homicídios investigava o desaparecimento de Vilma Jardim desde o Dia das Mães, no dia 10. O caso foi desvendado pela PC (Polícia Civil) nessa sexta-feira.
O principal suspeito de ter cometido o assassinato e ocultado o cadáver é o filho de Vilma, o publicitário Ricardo Jardim, 56 anos. Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de armas e a prisão por homicídio será solicitada. Além de ter matado a mãe, Jardim teria mandado fazer um armário sob medida para depositar o corpo da idosa, que havia sido concretado com cimento cola. No momento da prisão, de acordo com a PC, ele se desfazia de documentos da mãe, inclusive relacionados à informações bancárias.
Ainda durante a fase de investigação, o filho havia sido ouvido na condição de testemunha. Na ocasião, ele informou que a mãe estava no Paraná. Familiares, contudo, passaram a desconfiar de seu comportamento. Com o desfecho do caso, a PC voltou a ouvir Jardim e ele confessou o matricídio.
Motivações
Ele alegou que o motivo eram as constantes brigas e desavenças que tinha com a idosa. No entanto, a PC informou que, em nome de Vilma, existia um seguro de vida avaliado em 400 mil reais. Vizinhos relataram que, em abril, antes do registro da ocorrência do desaparecimento, feita por outro filho da vítima, ouviram muitos barulhos e gritos vindos do apartamento. Posteriormente, Jardim foi visto adquirindo carros, equipamentos de informática e outros bens. A PC suspeita que, para isso, ele utilizava o dinheiro da conta bancária da mãe, já que não havia decisão sobre o pagamento do seguro de vida.
Perícia
Ainda é desconhecida a causa da morte da vítima, pois seu corpo foi encontrado em avançado estágio de decomposição. Por isso, conforme informações da PC, apenas uma perícia poderá determinar o modo como ela foi assassinada.
Passaporte
Há a desconfiança de que o suspeito estava pensando em sair do País. No momento da prisão ele estava em posse de passaporte. Pai de dois filhos, ele está separado.
Moinhos de vento
Um caso em que as vítimas foram emparedadas ocorreu no bairro na zona nobre da capital gaúcha, Moinhos de Vento, em 2004. Na ocasião, o argentino Luis Sebastian Zanuzzi foi preso, acusado de matar os sogros, a tiros, e a esposa com marteladas no crânio e degola. Após os assassinatos, Zanuzzi escondeu os corpos na despensa da residência e os concretou na parede. À época, o autor dos crimes disse às autoridades que agiu por impulso e não tinha boa relação com a sogra. Já preso, no Presídio Central de Porto Alegre, ele cometeu suicídio no interior da cela.
