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Tito Guarniere Frei Betto e Cuba

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(Foto: José Cruz/ Agência Brasil)

O artigo de Frei Betto, “Cuba resiste”, de apoio ao governo cubano, é uma sequência de clichês clássicos, constantes do imaginário dele e da esquerda. É um esforço previsível, tedioso, de afirmar uma narrativa, a qual, entretanto, não encontra correspondência nos fatos, senão no fundamentalismo ideológico.

É mais do mesmo. A Revolução Cubana de 1959 expulsou os ianques e os seus sicários locais – eram os beneficiários e culpados da espoliação das riquezas do país, e da pobreza do povo cubano. Mandá-los de volta para o continente era chave para mudança, pela qual os cubanos – finalmente – poderiam viver em paz e prosperidade.

Só que não. O Império não descansaria um único e só dia para o fim de liquidar a audácia dos cubanos. O método predileto para asfixiar a revolução tem sido o bloqueio econômico.

Olhado de perto, pois, a culpa das mazelas do povo cubano, antes de 1959, era dos Estados Unidos – Cuba era um quintal americano. Expulsos os americanos, há 62 anos, eles – os suspeitos de sempre – continuaram os culpados.

Não é que os americanos sejam anjos e o embargo tenha uma razão justa. Mas é um retumbante fracasso que, em 62 anos, o regime não tenha sido capaz de atingir a autossuficiência de alimentos. Os defensores de Cuba – Frei Betto, Lula, Chico Buarque – esquecem de dizer que não há bloqueio para remédios e alimentos. Cerca de 80% dos alimentos importados por Cuba vêm dos Estados Unidos! Na pauta de exportações para Cuba, os EUA estão entre os cinco maiores exportadores.

Cuba poderia perfeitamente viver sem o embargo americano, pois mantém relações comerciais livres com México, Canadá, Brasil, Espanha, China, Itália e mais de 170 países. E por que Cuba não busca estas alternativas de suprir as suas carências? Porque não tem dinheiro nem crédito. É conhecida a fama de má pagadora de Cuba, há muitos anos.

Também ninguém explica porque tantos cubanos queiram atravessar as 90 milhas de Cuba até Miami, mesmo nas condições mais arriscadas, mas ninguém faz a travessia inversa. Só em Miami existem cerca de um milhão e 200 mil cubanos que fugiram da ilha. Não há estatísticas dos cubanos que desertam, que saem de Cuba para voltar mas não voltam, nas delegações esportivas ou nos programas dos médicos cubanos no mundo.

Frei Betto, um velho amigo do regime, diz no artigo que para os ricos Cuba é um inferno – lá eles não podem explorar ninguém. Se você é da classe média melhor não ir: é um purgatório por causa das filas e falta de produtos. Mas se você é pobre, então estará no paraíso, onde terá alimentação, educação, saúde, moradia e trabalho – um paraíso para onde ninguém quer ir.

E os protestos? Segundo Frei Betto (e todos os que apoiam o regime) são contrarrevolucionários. Financiados adivinhem por quem? Sim, por eles, os americanos.

Uma parte, mínima que seja, é culpa dos erros dos governos cubanos, do regime ditatorial, de partido único, de um grupo no poder durante 60 anos, onde todas as empresas pertencem ao estado? Não, tudo se resume à ação maldosa dos malditos americanos.

É patético.

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https://www.osul.com.br/frei-betto-e-cuba/ Frei Betto e Cuba 2021-07-31
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