Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2024
Ao menos 41 pessoas morreram em quatro Estados nos Estados Unidos com a passagem do furacão Helene, que deixou mais de 4,6 milhões de residências sem energia elétrica e provocou o disparo de alertas de inundações repentinas. O fenômeno chegou a atingir a categoria 4 (numa escala até 5) ao passar pela Flórida na noite de quinta-feira (26), e seguiu rumo ao interior da Geórgia como uma tempestade tropical nessa sexta-feira (27), segundo comunicado do Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), e foi posteriormente rebaixada para depressão tropical e ciclone pós-tropical ao fim do dia. Os governadores da Flórida, Geórgia, Alabama, Carolinas do Norte e do Sul e Virgínia declararam estado de emergência.
Segundo dados reportados pela agência de notícias Associated Press, o Estado com mais mortes até a noite dessa sexta-feira (27) era a Carolina do Sul, com 19, seguido pela Geórgia, com 15 vítimas fatais.
A Flórida, primeiro Estado a ser atingido, contabilizava, até o momento, sete mortos. Cinco delas morreram, pelo menos duas por afogamento, em comunidades costeiras no Condado de Pinellas, disse Bob Gualtieri, o xerife, em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira. Uma pessoa morreu em uma rodovia em Tampa por causa da queda de uma placa, de acordo com o governador Ron DeSantis, e outra morreu no Condado de Dixie, cerca de duas horas a sudeste de Tallahassee, quando uma árvore caiu sobre uma casa.
E na Carolina do Norte, um acidente de carro em uma estrada com a pista molhada matou uma menina de 4 anos em Claremont, e a queda de uma árvore causou outra morte em Charlotte.
Autoridades e a imprensa americana afirmam que esses números ainda podem aumentar nas próximas horas.
O presidente Joe Biden e as autoridades estaduais pediram na véspera que as pessoas seguissem os avisos oficiais de retirada antes da chegada do Helene, embora alguns tenham optado por ficar em suas casas para enfrentar a tempestade.
O furacão atingiu a costa da Flórida por volta das 23h10 no horário local (00h10 em Brasília), na região de Big Bend, uma área florestal escassamente povoada no noroeste do Estado, segundo o NHC em Miami. A região mal havia se recuperado de duas outras fortes tempestades no último ano.
“Parece que uma bomba nuclear explodiu”, disse ao jornal The New York Times Michael Bobbitt, que mora na pequena Cedar Key.
Os ventos chegaram a 225 km/h nas imediações da cidade de Perry, que fica a apenas 32 km a noroeste de onde o furacão Idalia, de categoria 3, atingiu a costa no ano passado. Ainda não se sabe a extensão da maré de tempestade (ressaca) e os danos causados na manhã desta sexta, em parte porque vários medidores pararam de funcionar, segundo Parks Camp, meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia da Flórida.
“Quando o olho do furacão chegou até nós, foi quando tudo começou a intensificar”, disse Larry Bailey, de 32 anos, que se abrigou em sua pequena casa de madeira em Perry durante toda a noite com seus dois sobrinhos e sua irmã, à AFP. “Eu sou da Flórida, então estou meio acostumado com isso, mas houve um momento em que foi realmente assustador. É como se eu pensasse: minha casa vai ser levada ou não?”, disse.
Os aeroportos de Tampa e Tallahassee foram fechados, e o governador Ron DeSantis afirmou que “provavelmente haverá mais perdas de vidas e de propriedades”. Ele mobilizou a Guarda Nacional e milhares de profissionais para possíveis operações de busca e resgate, assim como restabelecimento de energia no Estado.
O escritório do xerife do condado rural de Taylor pediu que os moradores escrevessem seus nomes, data de nascimento e informações importantes no braço ou na perna com caneta permanente, de modo que possam ser identificados. Mesmo com o enfraquecimento do Helene no Estado, ventos fortes e chuvas intensas devem se estender até as montanhas do sul dos Apalaches, onde deslizamentos de terra são possíveis.
Na Geórgia, todos os 159 condados entraram em estado de emergência e ao menos 700 mil casas estavam sem eletricidade, de acordo com o PowerOutage, site de monitoramento de energia. Mais cedo, o governador do Estado, Brian Kemp, havia pedido aos moradores “que se preparem para novos impactos do Helene” e afirmou que esta já era a “pior tempestade” enfrentada no Estado.
O Serviço Nacional de Meteorologia declarou que a região metropolitana de Atlanta, na Geórgia, corre o risco de “emergência de enchente repentina”. Meteorologistas informaram que Atlanta tem passado pelo período de três dias mais chuvosos em 104 anos, e resgates devido às enchentes estão sendo relatados em toda a região, publicou o New York Times.
Uma declaração semelhante à de Kemp foi dada pelo governador da Carolina do Norte, Roy Cooper. O estado está enfrentando inundações repentinas, vários deslizamentos de terra e quedas de energia. Há pelo menos 290 estradas bloqueadas em todo o Estado e mais de 800 mil clientes sem eletricidade.
“Todo o lado da montanha começou a deslizar”, disse Alan Keffer, morador do Estado, à CNN. “Estava do outro lado da rodovia interestadual, então pensei que conseguiríamos acelerar e sair dali, pisei no acelerador, mas [a montanha] deslizou mais rápido do que eu pensava. As pedras, a sujeira, tudo nos atingiu. Foi assustador.” As informações são do jornal O Globo.