Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de junho de 2019
Protagonista da convenção tucana realizada na sexta-feira (31) em Brasília, o governador de São Paulo, João Doria, 62 anos, conseguiu a maior vitória política depois de conquistar a prefeitura da capital paulista, em 2016, e a chefia do governo estadual, no ano passado. O empresário, que entrou na vida pública ainda no início da década de 1980, emplacou o ex-deputado e ex-ministro Bruno Araújo como presidente do PSDB. A partir de agora, Doria vai ditar os rumos da legenda, que, por tabela, deve indicá-lo como candidato ao Palácio do Planalto em 2022. Ele, porém, evita tratar do assunto.
“É hora de governar. O governador de São Paulo vai governar o estado, e o presidente Jair Bolsonaro vai governar o Brasil”, disse Doria. “Qualquer discussão sobre sucessão é inadequada. É hora de colocar o Brasil na rota do crescimento a partir da aprovação da reforma da Previdência.” Apesar de cuidadoso, ele não se furtou de criticar, sem citar nomes, a turma mais próxima do presidente. “O maior inimigo do governo Bolsonaro são os aliados de Bolsonaro, aqueles que produzem tanta confusão, tantos confrontos desnecessários”, afirmou, livrando os parlamentares do Centrão.
Em relação ao governo, disparou: “O maior inimigo do governo Bolsonaro são os aliados de Bolsonaro. O maior adversário são os aliados que produzem tanta confusão, tantos confrontos desnecessários. Isso retarda processos; cria situações; provoca divisões; afasta o governo do seu foco primordial, que é a reforma da Previdência; estabelece uma pauta negativa, que não é a verdadeira do presidente Bolsonaro, de uma relação distante e conflituosa com o Legislativo e com o Judiciário. Ele não tem conflito com o ministro Dias Toffoli [presidente do Supremo Tribunal Federal], com o Rodrigo Maia, com o Davi Alcolumbre [presidente do Senado, democrata do Amapá]. Mas o entorno é de uma capacidade de gerar adversidades que retarda processos e cria irritações desnecessárias”, afirmou Doria.
Na conversa, Doria também comentou sobre a dificuldade de crescimento econômico e de geração de emprego, lembrou das pautas posteriores à da Previdência, como a tributária e o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro, e elogiou o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o ex-presidente José Sarney.
Sobre o ministro Sérgio Moro, afirmou: “O ministro Moro é uma figura exemplar. Um brasileiro patriota e uma figura admirável. Tem conduzido muito bem sua pasta nas tarefas que lhe cabem na área de Segurança Pública e Justiça. E trabalhando também com a modéstia e a visão de oportunidade. Ele sabe que a lei anticrime vai ser aprovada. E sabe que não será aprovada como ele propôs. Sabe também que, se insistir demasiadamente nessa pauta, tentando priorizá-la numa paralela à reforma da Previdência, vai acabar prejudicando a reforma da Previdência. E entende, como eu, que, neste momento, é a mais importante”.