Terça-feira, 30 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2015
O governo federal decidiu que só anunciará aumento ou criação de impostos para reforçar a arrecadação após a divulgação de novos cortes de gastos em sua própria máquina. A expectativa é que as primeiras medidas saiam do papel no início desta semana. A decisão atende a um pleito de influentes congressistas, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que insistem que o governo só peça sacrifícios à população após “cortar na própria carne”. Do lado das receitas, voltou a crescer a tese de que a melhor solução será a criação de um tributo sobre movimentação financeira nos mesmos moldes da CPMF.
A equipe econômica do governo federal avalia que essa seria a melhor saída para cobrir o rombo de 30,5 bilhões de reais no Orçamento de 2016 e tentar atingir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem.
No Ministério da Fazenda, circulam simulações sobre a nova CPMF. A ideia é que seja temporária, com prazo de vigência de dois a quatro anos. “A CPMF seria a tributação mais indolor para a sociedade. Não onera um setor especificamente, tem alíquota pequena e dá a maior arrecadação, além de ajudar na fiscalização”, declarou um integrante do governo.
Em relação aos cortes, técnicos da área econômica afirmam que as ações envolverão o enxugamento da máquina pública e também uma revisão de programas e benefícios sociais. Estudos mostram que, se o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez fossem corrigidos até chegar a padrões internacionais, haveria uma economia anual de 24 bilhões de reais.
Já a reforma administrativa, que acabará com ministérios, secretarias e cargos comissionados, terá efeito mais simbólico. “O governo vai fazer um gesto, com o corte de gastos de sua máquina, para abrir caminho para o início das negociações com o Congresso e com a sociedade em busca de fontes de receita” disse um auxiliar da presidenta Dilma Rousseff. (AG)