Quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2018
O pré-candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles aproveitou uma reunião com parlamentares da legenda na semana passada para se explicar por uma entrevista, na qual afirmou que não quer ser rotulado como postulante do governo ao comando do Palácio do Planalto.
Ao perceber a repercussão negativa da fala entre os correligionários, o ex-ministro da Fazenda afirmou ter sido mal interpretado e explicou que a mensagem que gostaria de passar é que não pode limitar-se ao papel de defensor da gestão do presidente Michel Temer.
Segundo relatos de participantes da conversa entre Meirelles e deputados do MDB, o ex-titular da Fazenda teria reiterado o compromisso de associar projetos encabeçados por Temer à sua campanha, como a proposta de emenda constitucional (PEC) do teto de gastos públicos.
Isso, porém, de acordo o ex-ministro, não significa que sua candidatura tenha que representar necessariamente o governo. Enfrentando resistência de alguns diretórios estaduais, Meirelles pediu ajuda aos parlamentares para conseguir consolidar apoio em torno de sua candidatura e ser oficializado como presidenciável do MDB durante a convenção nacional da legenda, prevista para o final de julho.
Para tentar deslanchar nas pesquisas de intenção de voto e conseguir apoio interno, Meirelles começará a cumprir a partir de hoje uma intensa maratona de viagens, com o objetivo de se tornar “uma cara mais conhecida”pelo eleitorado e para se aproximar dos correligionários.
O itinerário, que começará no Rio de Janeiro, inclui Juiz de Fora, Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande, Macapá, Manaus, Rio Branco, Belém, entre outras cidades.
Com cronograma pré-definido até 9 de julho, das quase 30 cidades que serão visitadas por Meirelles neste período, mais de 50% estão no Norte e no Nordeste do País, regiões em que o emedebista acredita que é menos conhecido e, portanto, teriam potencial para conquistar mais eleitores.
Durante o encontro de quarta-feira, Meirelles pediu que os parlamentares o ajudem a divulgar seu nome como pré-candidato à Presidência em suas redes sociais. Em outra frente, o ex-ministro vai ampliar a agenda de entrevistas a rádios pelo país, também com o objetivo de deixar de ser uma pessoa desconhecida para o eleitorado.
Desde terça-feira passada, Meirelles iniciou uma ofensiva sobre os correligionários e enviou vídeos com o objetivo de emplacar seu nome internamente. Além de defender a importância de o MDB lançar uma candidatura própria, o ex-ministro se apresenta como um homem preparado para encarar os desafios geralmente enfrentados por um presidente da República e minimiza o fato de ainda não ter um desempenho empolgante nas pesquisas de intenção de voto. “A cada dia, podem ter certeza, a nossa candidatura passará a ser mais conhecida e ganhará ainda mais força. O momento não é para bravatas. É para quem tem competência de verdade.”
Segundo o jornal O Valor Econômico, interlocutores do ex-ministro revelaram que Meirelles tem demonstrado convicção de que avançará nos levantamentos futuros, quando conseguir passar com clareza de que “é um candidato que não fala de um problema sem apresentar a solução”.
A postura propositiva será, na avaliação de Meirelles, o caminho certo para que ele se torne o nome mais forte para representar o centro político na corrida presidencial.